Igreja Matriz de Santa Luzia do Itanhy - Foto: Sergipe Trade Tour |
A povoação mais antiga de Sergipe nasceu na época da tentativa de colonização das terras sergipanas pelos portugueses em 1575, quando Garcia D’Ávila, poderoso senhor de terras no sertão da Bahia, recebeu de Luiz de Brito, Governador Geral do norte da Bahia, a incumbência de explorar essa região. Segundo os historiadores, a região já havia sido invadida pelos franceses que, com a participação dos índios, faziam o contrabando do pau-brasil. Sabe-se, porém, que o senhor da casa da torre (Garcia D’Ávila), fundou, a três léguas do Rio Real, uma povoação que corresponde hoje à atual cidade de Santa Luzia. Outro registro de grande importância foi a presença dos inacianos em terras sergipanas em 1575. Eram os padres Gaspar Lourenço e João Salônio, fundadores da missão de São Tomé, nessa localidade.
Ao atravessar o Rio Real, a caravana dos missionários acampou no dia 28 de fevereiro de 1575, no provável lugar fundado por Garcia D’Ávila. Foi erigida uma capela sob a invocação de São Tomé e celebrou-se a primeira missa (consta em um marco á esquerda da capela de Santa Luzia), que foi presenciada pelos nativos. A aldeia de São Tomé ficou, desde então, subordinada á freguesia de Santo Amaro do Ipitanga, na Bahia.
Quando o governador Luiz de Brito visitou a aldeia sergipana, houve conflitos e milhares de índios foram aprisionados. No combate, saiu vencedor Luiz de Brito. Em 05 de julho de 1680, foi a aldeia de São Tomé elevada à categoria de freguesia, desmembrada da de Santo Amaro de Ipitanga, cuja extensão era de 7 por 14 léguas.Em 1698, a povoação foi elevada à categoria de vila por ordem do governador da Bahia, Dom João de Lencastro, com o nome de Vila Real de Santa Luzia que, segundo Rocha Pita, inicialmente, chamou-se Vila Real do Piaguy (nome primitivo do Rio Piauí).
A criação da Vila Real de Santa causou protestos aos moradores de São Cristovão, pelo fato de se fazerem presentes engenhos de açúcar e infraestrutura fluvial. Isso acarretaria prejuízos para os cofres da primeira capital. O surgimento de novas regiões em Sergipe causou descontentamento às autoridades pioneiras que não aceitavam perder os domínios políticos e econômicos das suas terras. As preocupações procediam porque naquele mesmo ano nasceram as vilas de Vila Nova D’EI, de Itabaiana, Lagarto e santo Amaro das Brotas, em 1699.
Em 1704, a Câmara de Santa Luzia solicitou ao rei que lhe concedesse ampliação dos seus domínios após o Rio Real (pretendia dominar Abadia, atual Jandaíra). Em 13 de maio de 1708, a Câmara da Bahia negou o pedido dos luzienses. Em 1831 a sede da vila é transferida para Estância. Houve muitos protestos dos líderes e do povo em geral, pois não aceitaram ser rebaixados á condição de povoado. E, finalmente, através da Lei de 16 de fevereiro de 1835, Santa Luzia foi desmembrada novamente de Estância, passando a município independente. Apesar de não estar oficializado pela Câmara Municipal, o município está dividido, também, em distritos. São eles: Rua da Palha, Cajazeiras, Botequim, Areia Branca, Priapú, Eugênia e Camboatá.