Centro de Passo Fundo à noite - Foto: Panoramio (Licença-cc-by-sa-1.0) |
Remonta o nome desta cidade aos velhos dias em que, para evitar a volta e demais inconvenientes da antiga estrada por Viamão e Santo Antônio da Patrulha, os tropeiros entraram pela campanha, ainda deserta, fazendo o trajeto da viagem do sul riograndense para São Paulo e vice-versa, passando por aqui. Ao vau que hoje chamamos Passo, extendeu-se o nome ao rio respectivo e ao lugar da cidade, originada muito depois em pequeno núcleo de moradores formado junto a estrada, no centro da atual Av. Brasil e que para não confundir-se com outro Passo Fundo situado pouco aquém do local em que posteriormente surgiu a Vila de Lagoa Vermelha, era chamado Passo fundo de Missões, denominação com a qual aparece ainda em 1856 em documentos públicos.
Como decorre de trabalhos históricos referentes ao Missões Orientais do Uruguai em cujo território está situado o Município, o rio que assim foi denominado Passo Fundo é o mesmo Uruguai - mirim do tempo dos Jesuítas. O rio Passo Fundo foi sempre um marco referencial importante para a passagem dos tropeiros que abriram ese novo caminho para encurtar o trajeto até a feira de Sorocaba e de lá às Minas Gerais. Assim esse novo caminho valentemente desbravado uniu a região das Missões ao centro do País.
O rio Passo Fundo foi testemunho de todos os momentos da nossa história. Viu chegar o índio, se aproximar o bandeirante explorador, o interessado povoador, o trabalhador imigrante, viu passar o tropoeiro, chegar o cargueiro, se instalar o comerciante, mais tarde o industriário, o estudante e todos os demais que vieram somar esforços para construir esta gente alegre e esta terra hospitaleira. Se o rio pudesse falar ele diria tudo o que ele presenciou por aqui: o início do povoamento, a implantação do Progresso e a busca do desenvolvimento e do bem estar de todos os seus habitantes.
O território que hoje constitui o município de Passo Fundo no Estado do Rio Grande do Sul fez parte da célebre Província Jesuítica das Missões Orientais do Uruguai, sendo, então, sujeita à jurisdição do povo de São João Batista, cujas ruínas localizavam-se junto à confluência dos Ijuí (rio Ijuí e Ijuizinho), no município de Santo Ângelo. Foram seus primeiros habitantes, os índios dos grupos Tupi-Guarani e Jê com destaque para os Kaigang, chamados de coroados pelo colonizador europeu. Em 1827 e 1828, chegaram os primeiros habitentes brancos no futuro território Passo-Fundense, com família constituída fazendo-se acompanhar de escravos e agregados.
A organização econômica, social e política dominante na fase inicial desse povoamento ( não oficial) pode ser qualificada por suas principais características como latifundiária, pastoril, patriarcal-militar e escravocrata. Dentre as fazendas onde se formavam núcleos urbanos, merece especial destaque a do CABO NEVES. A fazenda desse Cabo Milícias deu origem à cidade de Passo Fundo. Manoel José das Neves foi o primeiro morador branco de Passo Fundo. Era paulista nascido pro volta de 1790.
Instalou-se com a família mais ou menos onde hoje está a esquina da Rua Uruguai com a Rua 10 de Abril. Posteriormente, o Cabo Neves edificou sua moradia definitiva na colina, atualmente proximidades da Praça Tamandaré. Em 1830 chegou ao povoado o Capitão Joaquim Fagundes dos Reis, vindo de Cruz Alta para ocupar o cargo de comissário da área. Em 1833 foi designado para o cargo de Inspetor do Quarteirão. Desta forma, Joaquim Fagundes dos Reis foi a primeira autoridade nomeada pelo Império do Brasil para localmente administrar as terras e as gentes passo-fundenses.
Território de grande riqueza natural, com vantajosa situação geográfica e dispondo, além disso, de bons campos para a criação de gado e vastíssimos ervais para o fabrico do mate, rapidamente expandiu-se, tornando-se um importante centro pastoril e ervateiro do Rio Grande do Sul.
Fonte: Ascom Prefeitura de Passo Fundo