Divisa do Paraná com São Paulo - Foto/Reprodução: Unopar |
A História do Paraná é um domínio de estudos da história do Brasil, voltado para a análise dos fatos históricos, que se estende desde as primeiras expedições exploradoras, no século XVI, até os dias atuais. No entanto, a história do estado começa antes do descobrimento do Brasil, quando os primeiros habitantes do atual território do estado foram os três povos indígenas, a saber: tupi-guaranis, caingangues e xoclengues. Entre as mais antigas cidades do estado incluem Paranaguá, Curitiba, Castro, Ponta Grossa, Palmeira, Lapa, Guarapuava e Palmas.
Os primeiros habitantes das terras atualmente pertencentes ao estado do Paraná durante a época em que foi descoberto o Brasil pelos portugueses, são os carijós no litoral do estado, do grupo tupi e pelos caingangues do grupo jê. No século XVI, os primeiros colonizadores europeus do Paraná, cujo território pertencia em grande parte à coroa Espanhola, foram os religiosos da Companhia de Jesus. Em 1554, Domingo Martínez de Irala, Governador do Paraguai foi o fundador de Ontiveros, a uma légua do Salto das Sete Quedas. Posteriormente, a três léguas de Ontiveros, foi fundada a Ciudad Real del Guayrá, na foz do Rio Piquiri.
E em 1576, fundou-se à margem esquerda do rio Paraná, Vila Rica do Espírito Santo.[Com três cidades e diversas 'reduções' ou 'pueblos' denominou-se a região com o status de 'Provincia Real del Guaira'. No século XVII os bandeirantes paulistas percorreram periodicamente na vastidão de seu vasto território, sendo-lhe capturados os índios para serem-lhe escravizados. Já em 1629, os estabelecimentos dos Padres Jesuitas, exceto Loreto e Santo Inácio, sofreram destruição completa dos bandeirantes paulistas e, em 1632, Vila Rica, último reduto espanhol com capacidade oferecedora de resistência, sofreu cerco e destruição por Antônio Raposo Tavares.
Apenas em 1820 o território ocidental do Paraná foi entregue à coroa portuguesa passando a ser politicamente pertencente à província de São Paulo, recebendo o nome de 'Comarca de Curitiba'. No século XVII, foi descoberta na região do Paraná uma área aurífera, antes de serem descobertas as Minas Gerais. O descobrimento do ouro no Paraná povoou tanto o litoral quanto o interior. Depois de descobertas as Minas Gerais, o ouro de Paranaguá deixou de ser importante. As famílias ricas, donas de grandes terras extensas, passaram a ser dedicadas à pecuária, pela qual logo seria abastecida a população das Minas Gerais.
A República:
Desde o manifesto de 1870 ocorreram no Paraná manifestações esporádicas, e sem organicidade, de simpatia pela república. Mesmo depois da fundação dos jornais Livre Paraná, em Paranaguá, e A República, em Curitiba, e da criação de clubes republicanos nos dois municípios, o movimento não chegou a se aprofundar. Alguns paranaenses se destacaram na campanha republicana, mas fora da província. Na Assembleia Provincial, contavam os republicanos com um só deputado, Vicente Machado da Silva Lima, eleito pelo Partido Liberal, e que foi figura de projeção nos primeiros anos do novo regime.
O estado sofreu as consequências das várias crises políticas que marcaram os primeiros tempos da república e somente em abril de 1892 viu promulgada sua constituição estadual, que vigorou até a vitória do movimento revolucionário de 1930. Durante a revolução federalista, o Paraná foi palco de renhidos combates, já que em seu território se deu o encontro de tropas federalistas e legalistas. Abandonado o estado pelos federalistas, fez-se o acerto de contas. Os 'picapaus' assumiram então o poder e desencadearam a repressão contra os 'maragatos'. Apesar de eventuais conciliações, tal divisão durou até 1930.
A província do Paraná deveria ter os mesmos limites da antiga comarca, em consequência do que se prolongou até a segunda década do século XX uma complicada questão de fronteiras com Santa Catarina, surgida desde a descoberta e ocupação dos campos de Palmas. Com base na carta régia de 1749, Santa Catarina considerava seu o 'sertão' que correspondia à costa, enquanto o Paraná se apoiava no princípio do uti possidetis. Com a república, ambos os estados exerceriam sua competência de distribuir terras num mesmo território.