Ciclo das Tropas (Monumento aos Tropeiros em Lapa-PR) Foto: Domínio Próprio |
A descoberta das minas de ouro de Minas Gerais teve como uma de suas consequências a grande demanda de gado equino e vacum. Recorreu-se então aos muares xucros da região missioneira do sul, tocados pela estrada Viamão-Sorocaba, aberta em 1731. Segundo Brasil Pinheiro Machado, a construção dessa estrada foi 'acontecimento relevante na história paranaense'. Desligou Curitiba do ciclo litorâneo, distanciando-a socialmente de Paranaguá e incorporando-a ao sistema histórico das guerras de fronteira, dando-lhe oportunidade de uma marcha para o sul, para o norte e para oeste, de maneira que Curitiba passa a significar o caráter de toda a região que será a futura província'.
Inaugurava-se assim o ciclo das tropas na história paranaense, que se estendeu até a década de 1870, quando começou a era do transporte ferroviário. Numerosos habitantes dedicaram-se ao rendoso negócio de comprar muares no sul, inverná-los em seus campos e revendê-los nas feiras de Sorocaba. Foi essencialmente com a disseminação das fazendas de criação e invernagem que se fez a ocupação do território. Com base na propriedade das pastagens e no trabalho de escravos negros e índios, estabelecem-se as famílias que detêm o poder regional. Graças às tropas que se estabeleciam ao torno de alguns rios, surgiram municípios como Lapa, Ponta Grossa e Castro.