Adoradores de Dança de Santa Cruz - Foto: Rita Baggio |
A devoção à Santa Cruz (Cruzeiro), originalmente introduzida pelos jesuítas aos índios, fixou-se de forma significativa nas cidades da Região Metropolitana de São Paulo, Vale do Paraíba e diversas comunidades da região da Serra da Mantiqueira. A prova disso são as muito numerosas capelinhas de beira de estrada e sítios que lhe são votadas e onde acontecem as rezas e significativas festas.
A devoção se expressa com a dança de Santa Cruz que, na prática, é formada por uma sequência de danças geralmente em três grandes partes: a saudação, a roda e a despedida. A primeira e a última são consideradas sagradas e apresentam melodias que remetem à sonoridade dos cantos gregorianos, com versos fixos e temática devocional. Elas são executadas diante do cruzeiro.
Por outro lado, a roda é a parte profana da dança. Suas melodias contam com versos tradicionais e circunstanciais. Falam de amor e, por muitas vezes, remetem ao humor. Os participantes se dividem em dois semicírculos: os homens na linha de fora e as muheres na linha de dentro. Mestre e contramestre ficam nas extremidades e são responsáveis pela movimentação da 'roda'