Windsurf em Ilhabela-SP - Foto: Prefeitura (Divulgação) |
Windsurf em Guarapiranga
Para muitos paulistanos que vivem nas regiões Norte, Leste, Oeste e central da cidade, a Represa de Guarapiranga é um longínquo mundo de água, situado nos confins da Zona Sul. Distante cerca de 25 quilômetros da Praça da Sé e responsável pelo fornecimento de água a 4 milhões de pessoas no estado, dela só se costuma ter notícias nos períodos de estiagem ou quando os ambientalistas fazem soar o alarme da poluição dos mananciais que a abastecem.
Mas basta surgir um dia de sol e com bons ventos que o local se transforma num parque de diversões – principalmente aquáticas. Ao longo de seus 28 quilômetros de margens, estão instaladas dezenas de clubes e escolas de esportes náuticos, além de parques e marinas particulares.
Apesar de 800 000 moradores residirem na área da bacia, a maior parte de forma ilegal, 37% da Guarapiranga permanece preservada. A Cetesb faz a medição semanal da qualidade da água em treze pontos da represa. No ano passado, nove estavam propícios para banho (em 1999, apenas três apresentavam essas condições). O bairro da Riviera Paulista é um dos exemplos de ocupações que convivem bem com o meio ambiente.
Em suas ruas e ladeiras de terra e pedregulho, cercadas por árvores que ultrapassam os 20 metros de altura, é possível ouvir o canto de pássaros ou o trotar de cavalos. Não há prédios, e as residências mais se parecem com sítios e casas de veraneio. Na garagem de muitas delas, é comum barcos ou jet-skis dividirem espaço com automóveis. 'Há imóveis de até nove dormitórios à venda por 1,7 milhão de reais', diz o corretor João Fernandes Colliers Filho. 'Uma construção nesse padrão vale três vezes mais em bairros como o Morumbi.' O preço médio do metro quadrado ali é 200 reais, que varia conforme a distância em relação à represa e a topografia do terreno.