Império - Foto/Divulgação: Carnaval SP |
Década de 1930
Foi instituída em 1933 a Taça Arthur Friendenreich pela Frente Negra Brasileira, com o objetivo de valorizar as agremiações de raiz africana, até então excluídas dos certames oficiais. Dela participaram o Cordão da Barra Funda, Bloco do Boi, Cordão das Bahianas e Bloco da Mocidade. Em 1934, o mesmo concurso foi novamente realizado, sendo vencido pelo Vae-Vae.
Graças à influência da Rádio Nacional, que começara a transmitir os desfiles carnavalescos do Rio, nasce a Primeira de São Paulo, no ano de 1935, considerada a primeira escola de samba da capital paulista. Nesse ano, agremiações de cunho mais popular foram incluídas no Carnaval oficial da Prefeitura de São Paulo, que passou a oferecer local, arquibancadas, infraestrutura, além de apoiar e oficializar campeonatos[2] através do Conselho dos Festejos Populares, Recreações e Divertimentos da Cidade, ou das federações.
Década de 1940
A década de 1940 é marcada, pela afirmação dos Blocos, Cordões e Escolas. Outros integrantes se reuniam no Largo da Banana (Onde é atualmente o Memorial da América Latina), entre danças, jogos de pernada, e baralho,começava a se formar um movimento muito forte do samba paulistano naquele espaço. Na Zona Leste de São Paulo, no antigo Largo da Penha (onde se encontra a Igreja da Penha), também surgia um movimento muito parecido com o que havia no Largo da Banana, com os negros e brancos pobres da região.
Mesmo com cerca de 4 Escolas de Samba ativas em São Paulo, os desfiles no Rio de Janeiro, começam a ser divulgados por todo Brasil, isso acaba atraindo o interesse da população da cidade, que começa a agregar e abraçar os desfiles da capital. Em 1940 nasce a E.S. Preto e Branco, e também e criada a agremiação E.S. Henrique Dias, que tinha a frente do comando o Pres. Aparecido Durval de Oliveira, a escola tinha sua sede na Rua São Joaquim nº129, Centro da Cidade.
Década de 1950
No início da década, o carnaval de São Paulo era pequeno, a escola que mais se destacava era a SRBE Lavapés. E em 1954, a Brasil de Santos foi convidada pelas escolas de São Paulo, graças a uma rixa que existia, de quem possuía o maior carnaval do estado, em termos de escola, e o que foi comprovado com a chegada da Brasil de Santos, fato que se repetiu em 1955 num empate com a Garotos do Itaim Paulista, em 1956 dois fatos que marcaram o samba paulista, o nascimento da Unidos do Peruche.
E nesse mesmo ano as vencedoras num empate ferrenho vieram da Zona Leste, com a Garotos repetindo o caneco junto com a Nenê de Vila Matilde, nesse mesmo ano a 'Águia Guerreira', (apelido carinhoso que os integrantes da Nenê chamam a agremiação), apresenta o primeiro samba-enredo, e um enredo construído na história de São Paulo. No ano seguinte foi a vez da Unidos do Peruche inovar, traz o primeiro casal de Mestre Sala e Porta Bandeira no Carnaval Paulistano. Entre 1958 e 1960 a Nenê conquista um tricampeonato.
Década de 1960
Durante a década de 1960 várias agremiações mostram um crescimento, as de mais destaque no cenário paulistano são Unidos do Morro de Vila Maria hoje Unidos de Vila Maria, e Unidos do Morro da Casa Verde hoje Morro de Casa Verde, ambas presididas por Xangô e Zezinho do Banjo respectivamente. No ano de 1965, o carnaval dá o primeiro passo à profissionalização… Com a adesão de Moraes Sarmento, os desfiles passam a ser transmitidos por rádio, e ganham o respeito das instituições de cultura da cidade, até que em meados de 1967, o então prefeito Faria Lima, regulariza os desfiles para a Avenida São João, e assina a lei que torna a festa oficial, sendo então cuidada pela Secretaria de Turismo. Nos primeiros 3 anos, mais um tricampeonato da Nenê de Vila Matilde.
Porem graças a lacunas mal preenchidas, erros de administração, documentações perdidas infelizmente a oficialialização é feita pelo Prefeito José Vicente Faria Lima (carioca, nascido em Vila Isabel e apreciador de samba) em 1968, da Lei nº 7.100/67, destinada a regular a promoção do Carnaval pela Prefeitura Municipal de São Paulo, e regulamentada pelo Decreto nº 7.663/68. Essa lei, juntamente com a criação da Secretaria de Turismo e Fomento e as atividades por esta promovidas, encontrava-se num contexto de ampliação da atuação cultural da Municipalidade.
Década de 1970
Na década de 1970, chegam escolas 'novas', a primeira foi a Mocidade Alegre, antes um bloco, presidida por Juarez da Cruz, passa por todos os grupos inferiores até que em 1971, recém-chegada ao Grupo 1, vence o carnaval e se torna tricampeã, surpreendendo a velha guarda do samba paulistano. Num jeito corsino de evolução, mais apresentando uma técnica completamente nova na construção de alegorias e fantasias, foi uma referência durante os anos em que venceu.
O ano de 1972 foi marcante pela morte definitiva dos cordões: Vai-Vai, Camisa Verde e Branco, Paulistano da Glória, Fio de Ouro não recebem mais apoio da prefeitura, e graças ao reconhecimento pela grandiosidade no segmento que elas então participavam, as maiores campeãs (Vai-Vai, Camisa Verde e Branco e Fio de Ouro), recebem um convite para participar do desfile principal de escolas, e já no primeiro ano todas elas surpreendem, a ponto do Camisa Verde e Branco, acabar com a série da Mocidade Alegre, e conquistar um tetracampeonato entre 1974-1977, e a partir daí, o que se viu foi um domínio das escolas corsinas, em 1978 com o enredo 'Na Arca de Noel, Quem Entrou Não Saiu Mais', o Vai-Vai vence e conquista seu primeiro título entre as escolas.
Década de 1980
Na chegada dos anos 80, a Mocidade Alegre vence com o enredo 'Embaixada, Sonho de Bamba', um dos maiores sambas da história; vence as eliminatórias paulistas do Fantástico, e foi apresentado ao país todo. Nesse mesmo ano marca a primeira aparição de uma garota de 19 anos ao microfone de uma pequena escola de samba da Zona Leste, ela é Eliana de Lima, que puxa a escola Príncipe Negro da Vila Prudente. Mas não se deixem enganar, a primeira puxadora de samba em São Paulo foi Ivonete da Acadêmicos do Peruche, e logo após em 1977 aparece outra grande puxadora, Bernadete na Acadêmicos do Tatuapé.
Em 1981 e 1982, a Vai-Vai, é campeã em uma disputa acirrada com a Nenê de Vila Matilde, que traz sambas épicos nesses dois anos 'Axé, Sonho De Candeia' em 81 e 'Palmares, Raiz da Liberdade' em 82, chegando ao vice-campeonato com este último, realizando um dos maiores desfiles da história. O ano de 1981 também marca a chegada de Dom Marcos, como puxador da Cabeções da Vila Prudente, e Royce do Cavaco, auxiliando Tunicão, na Rosas de Ouro.
Década de 1990
A lei n° 10.831/90 desencadeou a última mudança de endereço dos desfiles de Carnaval, que se deu em 1991, quando passaram a ser realizados no Polo Cultural Grande Otelo, uma grande passarela de mais de quinhentos metros construída na Avenida Olavo Fontoura, e popularmente conhecido por Sambódromo do Anhembi. Este local, de propriedade da Anhembi S/A, sedia os desfiles desde então, e nele ainda são realizados diversos eventos das mais variadas naturezas.
O ano seguinte foi marcado pelo fator tempo, assim como em 1983, choveu quase a noite toda, e o que se viu, foram escolas do calibre de Nenê de Vila Matilde, passar um dos piores momentos da sua história, com problemas de bastidores: o carnavalesco Antônio Carlos brigou com componentes da escola dias antes do desfile e na hora de levar os carros alegóricos para a Av. Tiradentes, os Matildenses encontram duas carretas impedindo a saída das alegorias de seu próprio barracão; como resultado a escola fica em 8º lugar a 1 ponto do rebaixamento.
Década de 2000
No Carnaval de 2000, numa proposta inovadora até então: a história do Brasil foi dividida em 14 partes, e cada escola contaria uma parte. O Carnaval teve duas campeãs novamente: Vai-Vai (que ganhou o tri) com 'Vai-Vai Brasil' relativa ao período de 1985-2000, e X-9 Paulistana com 'Quem é você? Café', relativo ao período do ciclo do café. Num carnaval disputadíssimo, a Vai-Vai que encerrou os desfiles no segundo dia levantou o público e com um desfile perfeito levou o caneco mais uma vez. Já a X-9 fez um desfilo técnico, e tido como frio, mas chegou ao seu objetivo.
Destaques daquele ano Gaviões da Fiel e Leandro. Esta última saiu como grande favorita fazendo um desfile surpreendente, o que despertou o sonho na comunidade da Zona Leste de ganhar o primeiro título tão esperado, mas a escola perdeu nos últimos quesitos, e a derrota ocasionou a saída da intérprete Eliane de Lima.
O Carnaval de 2001 foi até então o maior. Com duas campeãs, Vai-Vai (tetra) e o grande destaque do ano, a Nenê. Depois de 4 carnavais batendo na trave, a escola quebrou um jejum de 15 anos. A saracura falou de luz, e a Nenê cantou a participação do negro na história levantando a arquibancada no final do segundo dia de desfiles. Destaques do ano vão para Leandro de Itaquera, que levou uma serpente de mais de 100 metros para a avenida, o que prejudicou a evolução da escola, dando a ela só um 8º lugar, e Tucuruvi que fez um desfile aclamado por toda a cidade, falando sobre o nosso carnaval, mas que teve problema com um carro ao final de desfile, que ficou no meio da passarela, tirando a possibilidade de chegar ao desfile das campeãs e ao título. Gaviões da Fiel e Rosas fizeram desfiles bem elogiados pela crítica, já a Mocidade apresentou um samba confuso e não agradou.
Em 2002, a Gaviões da Fiel venceu o Carnaval com o enredo 'Xeque Mate', com o destaque para o Camisa, que ganhou o vice-campeonato com um enredo sobre o número 4, levando a festa para a Barra Funda. Nenê, Rosas e Leandro também foram bem elogiadas nesse ano. A X-9 perdeu 6 pontos por atraso no desfile, o que lhe custou o título, pois empatou em pontos com a Gaviões da Fiel, punição até hoje lamentada pela comunidade que se autoproclamou campeã e acrescentou mais uma estrela ao seu brasão. Retornava ao Grupo Especial um destaque dos anos seguintes, a Unidos de Vila Maria.