Moinhos da Salinas - Foto: Cesar Valente |
A História de São Pedro da Aldeia está diretamente ligada a experiência gerada da invasão francesa ao Rio de Janeiro. Do século XVI aos nossos dias, a terra aldeense refletiu em sua epopeia, em seu pequeno microcosmos, as fases pelas quais passou o próprio Brasil.
Período Colonial
As primeiras tentativas de colonização portuguesa nada mais foram do que uma tímida forma de conter os ataques de piratas às nossas costas e outras eventuais explorações até de metais preciosos.
A data de fundação da Aldeia de São Pedro do Cabo Frio não constituiu para os primeiros historiadores que dela se ocuparam um ponto pacífico. No entanto, Silva Lisboa, Alberto Lamego e Padre Serafim Leite concordam que a data de 31 de Maio ('Derradeiro de Maio') seria o dia exato do despacho do Capitão-Mor de Cabo Frio, Estevam Gomes, ao requerimento que lhe fora interposto pelo Padre Antônio de Mattos, Reitor do Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro.
A carta da sesmaria foi passada em 2 de Junho seguinte e a posse verificou-se no dia 16 do dito mês. As terras que seriam concedidas aos índios, ficaram em sua terça parte na posse dos padres da Companhia. Elas abrangiam duas sesmarias, uma em lugar determinado Jacuruna, provável primeiro nome da região onde hoje se encontra São Pedro, e cujo nome vem do Jacu, ave comum na região, e una preto, cor da sua penugem - a outra região escolhida seria na Ponta de Armação dos Búzios ou em Iguna, 'sendo que rejeitada, seria repartida pelo povo, o que nunca se fez', conforme Lamego, em A Terra Goytacá.
Período Imperial
Os brancos, através do instituto do orfanamento, foram gradualmente se infiltrando nas terras da aldeia, e iniciando uma exploração de braço escravo, a mão-de-obra negra chegava a São Pedro, principalmente com a cultura do café. Data desta época a construção das primeiras casas de residência e fazenda, feitas com óleo de baleia, pedra e cal. Em 2 de fevereiro de 1840, os brancos de São Pedro fundam a Venerável Irmandade do Santíssimo Sacramento, responsável pela construção do cemitério da Irmandade e também pela construção da nova igreja, na frente da antiga e simplória igreja dos jesuítas.
O motivo principal desta construção foi que o homem branco do século XIX, voltado para a cultura européia, decidiu substituir a tosca e simples igreja dos índios por um templo mais de acordo com os 'padrões do século'. Quando de passagem pela região, em 10 de julho de 1865, a Princesa Isabel e o Conde D'Eu, seu marido, passaram a fazer parte da Venerável Irmandade do Santíssimo Sacramento.
República Velha
Pelo Decreto nº 118, de 10 de setembro de 1890, foi criada a Vila de Sapeatiba (abundante em sapê, conforme em Tupi), com sede na Freguesia da Aldeia de São Pedro, abrangendo seus limites. O Município de Sapeatiba foi desanexado de Cabo Frio, ainda que permanecesse fazendo parte da comarca do mesmo. O decreto foi assinado pelo então governador do Estado do Rio de Janeiro, Francisco Portella. Quase dois anos depois, pelo Decreto nº I, de 28 de Maio de 1892, o então presidente do Estado do Rio de Janeiro, José Thomaz da Porciúncula, declarou extinto o município de Sapeatiba, voltando a integrar o de Cabo Frio.
Para esta medida, ele alegou que a vila não tinha população necessária (10 mil habitantes) para ser independente. A situação econômica, social e política dos habitantes da Freguesia da Aldeia de São Pedro não podia aceitar passivamente essa regressão política e administrativa, e suas reivindicações justas e clamorosas, resultaram na Lei nº 35, de 17 de dezembro de 1892 que restaurou o Município de Sapeatiba, atribuindo-lhe desta vez, o histórico e antigo nome do padroeiro da aldeia e da freguesia: São Pedro da Aldeia.
Nova República
No dia 13 de março de 1994, ocorreu a votação para determinar a separação político-administrativa do 2º distrito aldeense. Cerca de 94% dos eleitores foram às urnas concordando com a emancipação do distrito de Iguaba Grande, e então em 8 de junho de 1995, pela Lei Estadual nº 2.407, o distrito de Iguaba Grande se torna independente de São Pedro da Aldeia sendo emancipada pelo então prefeito Rodolfo José Mesquita Pedrosa.