Barra da Tijuca e Parque Nacional da Tijuca ao fundo - Foto: Rafael Rabello de Barros - (Licença cc-by-sa-3.0) |
Período pré-cabralino
Por volta do ano 1000, a maior parte do atual litoral brasileiro, incluindo o território da atual cidade do Rio de Janeiro, foi invadida por povos tupis procedentes da Amazônia. Eles expulsaram os habitantes anteriores do litoral, chamados de tapuias pelos tupis, para o interior do continente. No início do século XVI, o território da cidade do Rio de Janeiro era ocupado na sua maior parte pela tribo tupi dos tupinambás, também chamados tamoios. Uma das inúmeras aldeias tupinambás no território da atual cidade do Rio de Janeiro era a aldeia Carioca, cujo nome viria a se tornar, posteriormente, o gentílico da cidade.[2] Somente a atual ilha do Governador (então conhecida como ilha de Paranapuã) era ocupada por uma tribo tupi rival: os temiminós.
A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro
A cidade de 'São Sebastião do Rio de Janeiro' foi fundada por Estácio de Sá em 1° de março de 1565, quando desembarcou num istmo entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, erguendo uma paliçada defensiva. A vitória de Estácio de Sá, subjugando elementos remanescentes franceses (os quais, aliados aos tamoios, dedicavam-se ao comércio, ameaçando o domínio português na costa do Brasil), garantiu a posse do Rio de Janeiro, rechaçando, a partir daí, novas tentativas de invasões estrangeiras e expandindo, à custa de guerras, seu domínio sobre as ilhas e o continente.
A povoação portuguesa foi refundada no alto do Morro do Castelo (completamente arrasado em 1922), no atual Centro da cidade. O novo povoado marca, de fato, o começo da expansão da cidade fundada pelos portugueses. Durante quase todo o século XVII, a cidade teve um desenvolvimento urbano lento. Uma rede de pequenas ruelas conectava entre si as igrejas, ligando-as ao Paço e ao Mercado do Peixe, à beira do cais. A partir delas, nasciam as principais ruas do atual centro. Porém, com a invasão holandesa no Nordeste brasileiro, a produção de açúcar é aumentada a partir dos vários engenhos que se espalham pela cidade.
Período Imperial
Após a Independência do Brasil em 1822, a cidade continuou como capital do país, enquanto a província do Rio de Janeiro enriqueceu com a agricultura canavieira da região de Campos e, principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba. De modo a separar a província da capital do Império, a cidade foi convertida, no ano de 1834, em Município Neutro, passando a Província do Rio de Janeiro a ter Niterói como capital.
Na segunda metade do século 19, a cidade crescia em ritmo acelerado, com as edificações utilizando madeira amplamente.[7] Com incêndios causando transtornos na cidade, foi criado, em 1855, o Corpo de Bombeiros. Como centro político do país, a cidade concentrava a vida político-partidária do Império. Foi palco dos Movimentos Abolicionista e Republicano.
Período republicano
Com a Proclamação da República Brasileira em 1889, a cidade passou a enfrentar graves problemas sociais advindos do crescimento rápido e desordenado. Com o fim do trabalho escravo em 1888, a cidade passou a receber grandes contingentes de imigrantes europeus e de ex-escravos, atraídos pelas oportunidades que ali se abriam ao trabalho assalariado. Entre 1872 e 1890, sua população duplicou, passando de 274 mil para 522 mil habitantes.
O aumento da pobreza agravou a crise habitacional, traço constante na vida urbana da cidade desde meados do século XIX. O epicentro dessa crise era ainda, e cada vez mais, o miolo central – a Cidade Velha e suas adjacências –, onde se multiplicavam as habitações coletivas e eclodiam as violentas epidemias de febre amarela, varíola e cólera-morbo, que conferiam, à cidade, fama internacional como 'porto sujo'.