Ticumbí - Foto: Secult-Es |
O Ticumbi é um folguedo existente no Norte do Espírito Santo há mais de 200 anos. A cada ano os grupos elegem um tema, representado em seus cânticos, bailados e evoluções. Os passos da brincadeira são coreografados. A dramatização do auto é simples: o 'Reis de Congo' e o 'Reis de Bamba', duas majestades negras, querem fazer, separadamente, a festa de São Benedito. Há embaixadas de parte a parte, com desafios atrevidos declamados pelos 'Secretários' que desempenham o papel de embaixadores.
Por não ser possível qualquer acordo ou conciliação, trava-se a guerra - agitada luta bailada entre os dois rivais. Como é tradição, o 'Reis de Congo' consagra-se vencedor, submetendo o 'Reis de Bamba' e seus vassalos ao batismo. O auto termina com a festa em homenagem a São Benedito, quando então, os componentes cantam e dançam o Ticumbi.
Para apresentar o Ticumbi, o grupo se veste a caráter. Os integrantes usam longas batas brancas e rendadas, com traspasse de fitas coloridas e calças compridas brancas com friso lateral vermelho. A cabeça é coberta por um lenço branco, um vistoso capacete enfeitado de flores de papel de seda e fitas longas de várias cores. Os reis usam coroas de papelão, ricamente ornamentadas com papel dourado ou prateado, peitoral vistoso com espelhinhos e flores de papel brilhante, capa comprida, e, na mão ou na cinta, longa espada.
O ritmo das encenações é regido por pandeiros e chocalhos de lata, chamados de 'ganzás' ou 'canzás'. A viola dá o tom no momento que os guerreiros cantam