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Contraste entre os maiores cartões postais de Salvador

 27/04/2017  |  Postado por: Jussara Assuncao
Edifício Portugal, bem ao lado do Mercado Modelo- Foto: Ramon Andrade
Edifício Portugal, bem ao lado do Mercado Modelo- Foto: Ramon Andrade

Um dos prédios que está representando constante perigo à população, é o belo e antigo edifício Portugual, bem ao lado do Mercado Modelo – todo revestido em azulejos português na fachada.

A Praça Cairú já foi importante área comercial da cidade baixa, em Salvador, e tem em seu entorno um rico conjunto arquitetônico do Bairro do comércio, com prédios que foram construídos no século XIX, tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1969 e ficam nas proximidades do Elevador Lacerda, o famoso Monumento Mário Cravo e o Mercado Modelo – que estão entre os maiores cartões postais de Salvador e que recebem grande fluxo de turistas praticamente o ano inteiro.

Nas últimas semanas, mas precisamente na quarta-feira, 13, duas pessoas tiveram ferimentos leves quando a fachada de um prédio vizinho, na esquina da Av. Miguel Calmon, também em ruínas e abandonado, desabou afetando uma senhora na perna e um homem na cabeça. Segundo informações da Defesa Civil de Salvador 'Codesal', as vítimas sofreram ferimentos leves e passam bem – mas, por pouco não acontecia algo mais grave. Em épocas de fortes chuvas os índices de desabamento sempre aumentam nas regiões consideradas de alto risco -onde ficam prédios e casarios antigos -, em ribanceiras ou estado de abandono.

Um dos prédios que está representando constante perigo à população, é o belo e antigo edifício Portugual, bem ao lado do Mercado Modelo – todo revestido em azulejos portuguêses na fachada o prédio possui várias janelas, todas elas com vidraças que podem despencar a qualquer momento ferindo gravemente quem por ali passar.

Hotéis Hilton
Segundo pesquisas sobre o Edifício Portugal, que se encontra atualmente em ruínas, alí já funcionou o supermercado Paes Mendonça na parte do térreo; pertence ao conjunto arquitetônico da Praça Cairú e fez parte dos planos da rede de hotéis Hilton que idealizava implantar um Hotel de Luxo no local. Na época, o intuito era sediar sua segunda unidade no Brasil.

O empreendimento seria fruto de uma parceria entre o grupo português Imocom, um dos líderes do setor de construção em Portugal e a rede hoteleira americana Hilton – mas, no entanto, o projeto esbarrou em vários obstáculos: Além de ser alvo de uma disputa judicial entre dois proprietários, também houve impedimentos legais e demora de aprovação do projeto pelo IPHAN.

Idéias e projetos
O belíssimo sobrado de azulejos português, azul e branco, construído no séc. 19, também já foi idealizado para ser o Museu da Música e Arquivo Público do município e em 2015 chegou a ser publicado no Diário Oficial – um decreto que tornaria de utilidade pública 7 imóveis na região e seria o primeiro passo para a desapropriação dos mesmos -, inclusive, o sobrado português .

Sendo parte de uma série de ações da prefeitura de Salvador, o projeto do Museu da Música fortaleceria a cultura local, promovendo-a internacionalmente. No entanto, nada disso foi adiante e os lindos prédios e edifícios que ficam na Praça Cairú resistem com muita dificuldade às ações do tempo e o descaso das autoridades.

É do entender de todos que o comércio da cidade baixa possui um grande potencial econômico, visto que, é bastante movimentado e visitado por turistas que transitam ali o ano inteiro, visitando os lindos cartões postais - fascinados com tanta beleza e envolvidos com as lembranças de uma época em que a comércio da cidade baixa era o auge do centro financeiro e turístico em Salvador. Atualmente, abandonado, com prédios e casarões de fachadas feias e sujas; monumentos desprezados e alvo das fezes de pombos; pedintes e garotos de ruas que disputam espaços para dormir nas calçadas do medo.

Réveillon na Praça Cairú
O Réveillon de Salvador já é o segundo destino mais procurado no período de Ano Novo, em todo Brasil e estima-se que a cidade recebe em média mais de 500 mil turistas nesses dias e coloca na Praça Cairú, onde o evento acontece todos os anos, em torno de 1,6 milhões de pessoas.

O evento gratuito é organizado pela Prefeitura de Salvador com toda estrutura necessária, como: Estacionamentos ampliados, elevador Lacerda funcionando gratuitamente durante os cinco dias, food park e praça de alimentação, pontos de táxi sinalizados em lugares estratégicos, banheiros químicos climatizados, postos de atendimento médico e segurança reforçada.

Mas, há alguns questionamentos a serem feitos com relação à segurança dessas pessoas que vão a Praça Cairú curtir o Réveillon. Com tantos prédios em ruínas no entorno da Praça, será que as toneladas de som montados para os shows e toda força da tradicional queima de fogos – que acontece com duração de 15 minutos -, não abalam as estruturas dos velhos edifícios e prédios que ali estão?

Não cabem as autoridades se anteciparem a qualquer tragédia que por ventura venha a acontecer, do tipo, desmoronamento dessas estruturas em ruínas, evitando uma terrível catástrofe na virada do ano?

Por: Jussara Assuncao
Estancia / BA
Jornalista MTB-Ba 4840, Prêmio Qualidade Tribuna do Interior - (4o ano consecutivo) Poeta, Diretora de Jornalismo Revista Visite a Bahia e Sergipe também; Editora Revista do Desenvolvimento Prefeitura Estância (Se) e Colaboradora diversos jornais de Sergipe há 30 anos.
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