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As manifestações folcóricas catarinenses predominadas pelos colonizadorees açorianos

 06/10/2018  |  Postado por: Ramon Andrade
Boi de Mamão - Foto: Blog da Marejada
Boi de Mamão - Foto: Blog da Marejada

Músicas, brincadeiras, folguedos, manifestações populares, danças típicas, crenças e gastronomia, estão presentes em cada região catarinense,denominados de 'folclore'. Além das maravilhosas comemorações, o folclore traz a identidade efetiva de um povo, desde suas origens, que é o que faz manter viva a essência do lugar.

Na bela capital catarinense, há heranças deixadas por diversos povos europeus, africanos e indígenas, contudo, é predominante as de colonizadores açorianos.

Apelidada carinhosamente como Ilha da Magia, a belíssina Florianópolis convive em suas lindas noites de lua cheia com lobisomens, bruxas, e diversos seres fantásticos.

Apesar desse pedaço de terra ser encantador pelas suas belas praias, ondas e mulheres bonitas, dizem os nativos que vivem por lá, que no crepúsculo, os bichos são outros. Dizem as pessoas mais velhas que as bruxas vieram dos Açores na época da colonização e habitam a ilha até hoje.

Se você perguntar para os pescadores e para as rendeiras da Lagoa, eles sabem inúmeras hstorias relacionadas a esses personagens, como também, receitas bruxólicas para espantar coisas más e velhos curadores.

A seguir apresentamos as mais importantes manifestações folclóricas de Santa Catarina:

Boi de Mamão
Na Ilha de Santa Catarina, como em quase todo o litoral catarinense - declara Osvaldo F. Mello Filho, em 'O Boi de Mamão no Folclore Catarinense', o tradicional ciclo das festas populares de Natal compreendia os 'ternos de reis', entre as noites de 24 de dezembro a 15 de janeiro, os 'catumbis' pela mesma época, e o 'boi de mamão' que se estende, atualmente, até às vésperas do carnaval.

Sobre o Boi-de-mamão há quem fale de que, nas representações desses autos populares, há muitos anos atrás, usava-se de mamão verde para a confecção da cabeça do boi, de onde teria surgido o termo local, que logo se teria espalhado por todo o litoral catarinense. Nada há, porém, de positivo. Tal origem, como a da própria formação dessas danças populares, deve estar perdida nas sombras de infra-história e só um acaso poderá fazer luz sobre o assunto.

Catumbi
De origem africana, representa a luta entre duas nações negras: os reis congos e os reis bombos. É dançada em homenagem a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Os cantos são denominados marchas e marchas-fogo e são acompanhados por música de pandeiro e batuque de tambores em várias toadas.

A dança do Cacumbi, ou Ticumbi, é uma manifestação da cultura popular afro- brasileira e simbolizava, originalmente, uma guerra entre duas nações negras. No sincretismo religioso brasileiro, a dança se integrou ao culto de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, com a sua apresentação na véspera, ou no dia desses santos, no interior das respectivas igrejas.

Em Florianópolis, até então só resta um único grupo de Cacumbi, dirigido por João Campos, que substituiu o capitão Francisco Amaro, antigo dirigente do grupo, falecido em 1991.

Pau de Fita
A Dança do Pau-de-Fita, de múltipla origem portuguesa, alemã e hispânica, em Florianópolis é originário dos Açores, é também chamada Jardineira ou Dança dos Arcos e Flores, Dança-do-mastro, Dança-das-fitas e Dança-das-tranças. Costuma-se praticá-la como recreação infantil nas escolas básicas. A dança é apresentada em 8 duplas de casais que trançam fitas coloridas presas a um mastro alto.

Depois, desfazem o trançado sem poder errar, enquanto se dá a cantoria em verso, alusiva à apresentação. Sendo, o trançamento o centro das apresentações, na Ilha, desenvolveram-se várias formas, possuindo denominações tradicionais, como: o Tramadinho, a Rede-de-pescador, o Trenzinho e a Trança-feiticeira.

Renda de Bilro
A renda de bilro surgiu no século XV, na Itália sob a dominação de “Punto in aere” (Ponto do ar). Anos depois, a arte do rendado chegou à França invadindo a Corte do Rei Luís XIV e os centros produtores de Portugal e posteriormente para toda a Europa. Entrando em decadência a partir do século XVII. Nos Açores, o artesanato se manteve forte onde em seguida foi trazido para o Brasil Com a colonização portuguesa.

É a maior expressão do artesanato local devido à forte presença açoriana em Santa Catarina A arte da confecção da renda de bilro espalha-se por todo o litoral brasileiro, especialmente nas praias habitadas por pescadores. O sul do Brasil, Florianópolis/SC, reúne a maior concentração de rendeiras, e na costa de São Francisco do Sul até Laguna ainda encontram-se pequenos núcleos de rendeiras.

Na ilha, essa arte é produzida e comercializada pelas rendeiras das comunidades das praias do Forte, Ribeirão da Ilha, Rio Tavares, Lagoa da Conceição, Ponta das Canas, Pântano do Sul, Rio Vermelho e outras. Em matéria de artesanato de tradição popular, as rendas da Ilha de Santa Catarina vêm se mantendo através dos anos despertando o interesse de pessoas das mais diversas culturas.

Para saber mais sobre o folclore catarinense Clique aqui.

Por: Ramon Andrade
Salvador / BA
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Renda de Bilro - Foto: Prefeitura de Florianópolis
Renda de Bilro - Foto: Prefeitura de Florianópolis
Renda de Bilro - Foto: Prefeitura de Florianópolis
Pau de Fitas - Foto: Marcelo Fernandes
Pau de Fitas - Foto: Marcelo Fernandes
Catumbi de Itapocu - Foto: Grupo Catumbi de Itapocu
Catumbi de Itapocu - Foto: Grupo Catumbi de Itapocu
Catumbi de Itapocu - Foto: Grupo Catumbi de Itapocu
Boi Mamão - Foto: Blog da Marejada
Boi Mamão - Foto: Arquivo CDL
Boi Mamão - Foto: Blog da Marejada
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