Atualidade - Foto/Reprodução: Alex Pontes |
Atualmente, com uma economia baseada na exploração mineral, o Pará é a maior reserva mineralógica do planeta: 75% de todas as exportações do Pará é minério, principalmente proveniente das Reservas de Carajás; 13% de madeira, também proveniente principalmente do Sudeste Paraense; 2% de pimenta e 10% de outros produtos (principalmente energia elétrica, da hidroelétrica de Tucuruí). Sua capital é uma metrópole comparável a Belo Horizonte, Porto Alegre ou a Brasília, com vôos para a Europa, Miami e Caribe sem necessidade de conexão em outras regiões brasileiras.
Goza de uma infraestrutura urbana herdada do Ciclo da Borracha, onde ocorrem frequentes e seguidos booms imobiliários promovidos por grandes construtoras; a indústria estadual, ainda fraca, é baseada na siderurgia para exportação, seu setor primário (agropecuária e mineração) é concentrada no Sudeste do estado, sua rede de transportes valoriza o rodoviarismo e despreza o fluviarismo, maior potencial de transportes da Amazônia, por uma imposição dos brasileiros.
O Estado pode ser dividido basicamente em três grandes áreas:
1. Nordeste Paraense: menor região em território, cerca de 22% do estado, possui a capital, Belém do Pará, que também é sua cidade-pólo e a 10º maior cidade brasileira em número de habitantes [1 437 600, segundo dados do Censo 2009]. Sem dúvida essa é a região com a melhor qualidade de vida, possui uma grande malha viária, bom estado de conservação da floresta amazônica e maior presença do poder público. Especializada no setor terciário (comércio e serviços), há pouca concentração fundiária e melhor infraestrutura para o turismo e estabelecimento de escritórios: é a região mais populosa e povoada, onde a população é 'tradicionalmente paraense' (origem basicamente luso-indígena). Aí estão os menores municípios do Pará em cobertura territorial. É dominada por uma elite ligada aos setores de comunicação, construção civil e supermercadista.
2. Sudeste Paraense: A região que mais gera riquezas do estado, cobrindo cerca de 25% do mesmo, tem Marabá como cidade-polo. Possui um grande parque agromineral voltado para a exportação, é onde estão situadas as Reservas de Carajás e o maior número de latifúndios. Apenas cerca de 20% da população é paraense. É a região do Bico do Papagaio, onde há a maior concentração de conflitos fundiários no Brasil. A violência atual na região já é mais amena, se comparada a décadas atrás.
A região não para de receber migrantes, principalmente nordestinos empobrecidos, visando a empregos simples e subempregos, e fazendeiros sulistas emergentes visando à aquisição de terras para o empreendimento do agronegócio. Existe a previsão que serão mais um milhão nos próximos três anos, uma situação preocupante. Ainda com muitos conflitos no campo e dominada por uma elite aristocrática ligada a terra, essa região está quase toda devastada. Possui 1,3 milhões de habitantes e 14 milhões de cabeças de gado: mais de 10 cabeças de gado per capita.
3. Oeste do Pará: compreende mais da metade de todo o Estado, é a região menos povoada e menos populosa, que menos gera riqueza, onde a floresta amazônica está melhor preservada. Esta região compreende o centro, o sudoeste, o oeste e o noroeste do Pará, tem Santarém como cidade-polo. Tendo sua população tradicionalmente de paraenses, a região vem sofrendo recente crescimento econômico com o escoamento de soja produzida no Mato Grosso (maior produtor sojeiro do planeta) através da hidrovia Tapajós-Teles Pires e da rodovia Santarém-Cuiabá, o produto é transportado até o porto de Santarém, onde é embarcado diretamente para a exportação internacional. 5% de toda a soja exportada por Santarém já é de produção própria. A região é dominada por uma elite de comerciantes e de fazendeiros tradicionais, possui os maiores e menos habitados municípios do Pará, em extensão territorial, entre eles, Altamira, que é o maior município do mundo.