Colonização - Foto/Reprodução: Pib Mirin Sócio Ambiental |
Já nos governos militares, criou-se uma concepção de que a Amazônia possuía um solo extremamente fértil (tese rechaçada recentemente), sendo um 'vazio demográfico' que deveria ser devastado e ocupado para ser o 'celeiro agrícola da nação', para garantir a posse das terras ao Brasil e para amenizar conflitos por terras em outras regiões, com o lema 'terras sem homens para homens sem terra'.
Paralelamente, foram realizadas prospecções minerais no Sudeste do Pará (região que tem Marabá como cidade-polo), responsáveis por descobrirem as Reservas de Carajás: gigantescas reservas mineralógicas que deveriam ser exploradas.
Foi realizado um grande plano de colonização das terras que margeavam as estradas, na linha entre Belém e Brasília (Sudeste do Pará), onde foram implantadas agrovilas e rurópoles. Muitos migrantes foram atraídos, principalmente do Nordeste e do Sul do Brasil, porém fracassaram os planos de assentamento: os colonos abandonaram seus lotes e mudaram-se para as maiores cidades do Sudeste Paraense, ocasionando inchaço populacional, grilagem de terras, constituição de latifúndios, devastação, desterritorialização de populações tradicionais e corrida pelo ouro em Serra Pelada.
O que foi um clima extremamente propício para que o Sudeste Paraense se tornasse um local desflorestado, dominado por uma elite agrária, muito produtivo (de bens primários) e principalmente extremamente violento. Antes dos planos de colonização, o Pará tinha cerca de 80 municípios: agora são 143 municípios, quase todos criados no Sudeste do estado.
Nessa época (década de 1980), houve a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, que é a maior hidrelétrica 100% brasileira e que faz parte do plano de crescimento econômico da região: ela foi inaugurada pelo presidente João Figueiredo, servindo principalmente como fornecedora de energia a baixo custo para os grandes projetos minerais e secundariamente para a população comum do estado.