Festa de NSa da Boa Morte - Foto: Rita Barreto - Setur-Ba (Licença: cc-by-sa-3.0) |
Os índios Maracás, também chamados Paiaiá ou Maracanassu já habitavam o vale quando os primeiros colonizadores, o fidalgo português, Paulo Dias Adorno e Rodrigues Martins, componentes da expedição de Martim Afonso de Souza (que chegou à Bahia em 1531, com a tarefa de estimular o cultivo da cana-de-açúcar), estabeleceram-se às margens do rio Paraguaçu. Aí, Dias Adorno construiu residência, senzala, engenho e a capela de Nossa Senhora do Rosário. Assim surgiu a povoação que se tornaria, um século depois, a Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira, importante porto fluvial e ponto inicial das estradas para os sertões de Minas Gerais, Piauí e Maranhão e para as lavras diamantinas.
Os engenhos e as fazendas de gado foram surgindo aos poucos e a vila ganhou importância econômica com as culturas do fumo e da cana-de-açúcar, sendo o segundo município instalado no Recôncavo Baiano. A ligação entre o Recôncavo e o sertão unindo duas riquezas, o gado e o ouro, consolidou a importância econômica de Cachoeira, comprovada com as visitas dos imperadores D. Pedro I e D. Pedro II.
Durante o século XIX, Cachoeira projetou-se na história política do país. As lutas contra a canhoneira portuguesa, a proclamação do príncipe D. Pedro I como Regente, o bombardeio e a resistência, (quando surgiu a heroína Maria Quitéria), são fatos que ainda hoje enchem de orgulho a população local. Durante a Guerra do Paraguai, a enfermeira cachoeirana, Ana Nery, alistou-se no exército brasileiro.
No tempo do Império a vila recebeu o título de “Heróica”. Conheceu novamente o fausto com o desenvolvimento da indústria fumageira e a instalação da fábrica de charutos Dannemann e Suerdieck.
Considerada monumento nacional e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional em 1971, Cachoeira, depois de Salvador, é a cidade baiana que reúne o mais importante acervo arquitetônico no estilo barroco. Seu casario, suas igrejas, seus prédios históricos preservam a imagem do Brasil Império; tempo em que o comércio e a fertilidade do solo fizeram de Cachoeira a vila mais rica, populosa e uma das mais importantes do Brasil, durante os séculos XVII e XVIII.
Situada na margem esquerda do rio Paraguaçu, encravada no vale, ela é também “Heróica”. Certa vez, a população desarmada tomou à força uma canhoneira - navio de guerra português - dando início às lutas pela consolidação da independência do Brasil. Seu nome se deve, provavelmente, a uma queda d’água de grande altura, pouco acima da vila, onde hoje está a Barragem de Pedra do Cavalo.