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História de Xapuri
Festa de São Sebastião - Foto: Gleilson Miranda (Licença-cc-by-2.0)
Festa de São Sebastião - Foto: Gleilson Miranda (Licença-cc-by-2.0)

Os primeiros habitantes da região foram os índios das tribos dos xapurys (mais numerosa e que originou o nome da cidade), catianas e moneteris. A excursão de Manuel Urbano da Encarnação à foz do rio Xapuri, em 1861, foi o início da colonização da região. As terras, onde atualmente se localiza a cidade, eram de propriedade do cearense Manuel Raimundo, seringalista que chegou à região durante o Ciclo da Borracha. Os seringais da região do atual município de Xapuri eram os mais produtivos do planeta, fazendo com que a região se tornasse a principal referência (em termos sociais, culturais e econômicos) do Acre em outras regiões do país e também do mundo.

Toda essa importância fez com que a região fosse palco de intensos entraves entre a Bolívia (país que, de acordo com o Tratado de Ayacucho, era dono das terras do Acre) e os moradores que ali habitavam, sendo grande parte composta por brasileiros oriundos do Nordeste. A Bolívia exigia a saída dos moradores, e passou a enviar tropas para ocupar a região. Em 1902, a região de Xapuri passou a ser integrada ao Território das Colônias, sendo ocupada por autoridades bolivianas, a contragosto da população. Com o domínio da região e o acordo feito pela Bolívia com um sindicato americano, o Bolivian Syndicate, os habitantes começaram uma revolta contra a Bolívia, sob o comando do militar gaúcho José Plácido de Castro. Plácido e seus homens atacaram a Intendência Boliviana de Xapuri no dia 6 de Agosto de 1902, derrotando as autoridades e exército boliviano, proclamando o Estado Independente do Acre.

Era o início da Revolução Acreana, que só terminaria quando o Exército Acreano dominaria a Intendência Boliviana na cidade de Puerto Alonso, atual Porto Acre. Durante a Revolução Acreana (Agosto de 1902 - Janeiro de 1903), Xapuri teve um papel de destaque, pois a vila era o principal reduto do Exército Acreano, formado por seringueiros e ex-combatentes na Revolução Federalista, liderados por Plácido. Era a partir da Vila Xapuri que Plácido e seus homens se dirigiam às demais Intendências Bolivianas instaladas na região. A vila também foi palco de intensos combates entre o Exército Boliviano e o Exército Acreano.

Após a Revolução Acreana, Xapuri passou por anos 'dourados'. Na época movida e dirigida por famílias de comerciantes de origem sírio-libanesa, o município esbanjava luxo no pequeno centro urbano, e ocultava a situação de miséria social a que eram submetidas as famílias que moravam no interior da floresta, extraindo o látex.A partir da década de 1970, o município voltou a chamar atenção. Por conta da queda do preço da borracha e da abertura da região para a agricultura e pecuária pelo governo militar, muitos seringais foram vendidos para fazendeiros, oriundos principalmente do Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Os fazendeiros ordenavam a saída das famílias de suas colocações e, na maioria dos casos, usavam da força para isso, destruindo as casas e deixando os moradores ao relento. Além disso, os fazendeiros começavam a destruir a floresta, tirando, além das casas, o trabalho e o sustento das famílias seringueiras. Começou um conflito entre os seringueiros, indígenas (depois chamados de Povos da Floresta) e sindicalistas contra os fazendeiros que ali chegavam. Nesses conflitos, muitos sindicalistas importantes, como Wilson Pinheiro, foram assassinados e os crimes de seus assassinos ficaram para sempre impunes.

Fonte: Prefeitura de Xapurí. Ibge e Wikipédia

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