Meu Boi morreu - Foto: Folha de Parnaiba |
A colonização do Piauí foi feita no rastro das boiadas. Ainda hoje o boi é um dos principais sustentáculos da nossa economia e uma das presenças vivas do nosso folclore. Além das várias versões do Bumba-Meu-Boi, Boi de Julho ou Boi de São João, o folclore piauiense imortalizou a marchinha O Meu Boi Morreu.
Em seu livro Zamba, editado em 2000, a folclorista Lisete Napoleão Medeiros, discorrendo sobre a origem dessa composição poética e musical, nos diz que um rico fazendeiro do Piauí elegeu-se a deputado federal e estando em plenário da Câmara dos Deputados, sediada no Rio de Janeiro, onde até então funcionava o Distrito Federal, foi informado pelo seu assessor de imprensa sobre a morte de “Mimoso”, o seu boi de estimação.
Consternado com a notícia, o deputado tirou o chapéu-de-couro da cabeça e em prantos solicitou para que todos se levantassem e que de pé fizessem um minuto de silêncio. Após ser prontamente atendido, ainda com lágrimas nos olhos, exclamou: – “Senhores, o meu boi morreu, o que será de mim?!” Segundo a autora, durante muito tempo o fato gerou comentários e há até quem ateste que foi esse inusitado incidente que inspirou a criação da marchinha:
“O meu boi morreu,
O que será de mim,
Manda buscar outro, maninha,
Lá no Piauí”.