Calhetas Cabo de Santo Agostinho - Foto: Miguel-Empetur |
A história do Cabo de Santo Agostinho se inicia antes da chegada dos portugueses ao Brasil. Segundo vários historiadores, em 26 de janeiro de 1500, o navegador espanhol Vicente Yañez Pinzón, na visita que fez à costa brasileira, ancorou suas naus num porto abrigado e de fácil acesso a pequenas embarcações, com 16 pés de fundo, segundo as indicações da sonda. O referido porto era a enseada de Suape, localizada na encosta sul do Cabo de Santo Agostinho, que a expedição espanhola denominou Cabo de Santa Maria de la Consolación. A Espanha não reivindicou a descoberta, minuciosamente registrada por Pinzón, devido ao Tratado de Tordesilhas, assinado com Portugal.
Em homenagem ao seu 'descobridor', a prefeitura e os governos já nomearam eventos e lugares do município com o seu nome, inclusive na entrada da cidade há um monumento homenageando o navegador, no intuito de dar as boas-vindas aos visitantes da cidade.
O município era habitado originalmente pelos índios Caeté. Os primeiros habitantes brancos chegaram no século XVI, fundando o então chamado Arraial do Cabo. Uma das marcas desse povoamento são as construções antigas que ainda podem ser observadas, como: as Igrejas Matriz de Santo Antônio, de Santo Amaro, Nossa Senhora do Livramento e antiga Capela do Rosário dos Pretos (hoje Praça Théo Silva), e casario escasso representado por antigos prédios nas ruas da Matriz (Rua Vigário João Batista) e Dr. Antonio de Souza Leão. As fachadas dessas construções são protegidas por lei, mas muitas delas hoje encontram-se descaracterizadas.
A denominação Santo Agostinho foi dada pela expedição portuguesa que, explorando a costa brasileira em 1501, esteve no local no dia do referido santo (28 de agosto). Essa região, ocupada por diversas aldeias indígenas, teve sua colonização iniciada em 1536, com o donatário Duarte Coelho Pereira. Em 1554 sua viúva dirigiu a capitania , enquanto aguardava o regresso de seus filhos Duarte e Jorge de Albuquerque Coelho, que se encontravam em Portugal.
Ao chegarem, em 1560, intensificaram as ações para expulsar os índios caetés. Em 1571, terminada a campanha contra os índios que viviam na região , o donatário Duarte de Albuquerque Coelho, desejando aumentar o povoamento de seus domínios, iniciou a distribuição de sesmarias nas férteis várzeas da região sul do estado, ao longo do rio Pirapama (Araçuagipe, naquela época). Essas terras foram concedidas aos fidalgos trazidos por seu pai e por ele próprio. Um desses nobres João Paes Barreto (5º avô do marquês do Recife), a quem coube a sesmaria ao sul do mencionado rio , onde ele fundou o Engenho Madre de Deus, depois chamado de Engenho Velho, o mais antigo do município.