Trairí - Foto: Natasha Mazzacaro / Agência |
De acordo com a escassa bibliografia existente, que foi fundamentada na transmissão oral ocorrida no decorrer dos tempos, no que tange as origens do Trairi, afirma-se que suas terras foram conquistadas e povoadas por colonizadores, dentre eles, Nicolau Tolentino, Manuel Barbosa, Xavier de Sousa e João Verônica, tido como fundador da cidade de Trairi. No decorrer do século XVIII, chegando em Trairi, João Verônica desenvolveu a atividade econômica voltada para a agricultura e pecuária.
Com a chegada de parentes e amigos, João Verônica manda erguer outras casas para seus familiares. De acordo com o que pesquisamos, as terras trairienses iam sendo ocupadas independentemente da concessão das sesmarias por parte do governo português. Com a construção da capela dedicada a Nossa Senhora do Livramento, verificou-se, com o passar dos anos, uma concentração de numerosos habitantes, o que colaborou para que a cidade fosse definitivamente consolidada, expandindo-se a partir do local onde está localizada a igreja.
O município de Trairi foi criado no ano de 1863, a 13 de novembro, pela Lei nr. 1068. Foi seu primeiro intendente o Coronel Antonio Barroso de Souza, da zona de Parazinho. Em decorrência da atuação das forças políticas daquela época, o Trairi sofreu diversas transferências. Inicialmente, o município durou aproximadamente um ano, uma vez que foi extinto pela Lei nr. 1110, de 10 de novembro de 1864. A Lei nr. 1285, de 27 de novembro de 1868, restaurou o município, então com sede na povoação de Parazinho, hoje Paracuru.
A sede foi transferida para Trairi por força da Lei nr. 1604, de 14 de agosto de 1874, com o nome de Nossa Senhora do Livramento, até que a Lei nr. 1669, de 19 de agosto de 1875, restaurou a antiga denominação de Trairi. O município sofreu nove supressões com a vigência da Lei nr. 1084, de 19 de abril de 1913, e foi restaurado em 23 de julho de 1914, pela Lei nr. 1181. Foi novamente extinto em 09 de novembro de 1920, pela Lei 1794, passando a ser subordinado a Itapipoca, tendo nova restauração pela Lei nr. 2002, de 16 de outubro de 1922.
Em 20 de março de 1931, o decreto nr. 193 extinguia o município, fazendo-o distrito durante algum tempo de Itapipoca, depois São Gonçalo do Amarante, e posteriormente, juntamente com Paracuru, voltou a ser distrito de Itapipoca novamente. Em 1938, o Trairi ficou subordinado a São Gonçalo do Amarante, quando o interventor federal no Ceará era o Dr. Francisco de Menezes Pimentel, até que a Lei nr. 1153, de 22 de novembro de 1951, sancionada pelo então governador Raul Barbosa, lhe concedeu autonomia. A instalação oficial se deu a 25 de março de 1955, quando tomaram posse o primeiro prefeito eleito, José Granja Ribeiro, e os vereadores componentes da câmara municipal. A primeira e histórica eleição de Trairi ocorreu no dia 03 de outubro de 1954.