Por do Sol em Camocim - Foto: Ewertonn Dourado (Licença-cc-by-3.0) |
A ocupação das terras onde se situa Camocim, remonta ao tempo das capitanias, divisão territorial proposta por D. João III e das unidades administrativas da Colônia. A Capitania do Ceará coube a João de Barros Aires da Cunha e Fernando Alvarez, e está registrada na Carta Foral de 11 de Março de 1535.
Os donatários portugueses não se aventuraram a colonizar suas terras, deixando-as a mercê de corsários estrangeiros, principalmente franceses, que negociavam com os índios as riquezas naturais da flora, característica das matas mais próximas do mar, como a tatajuba e o pau violeta.
Em 1613, os portugueses dirigiram-se ao norte com intenção de conquistar o Maranhão. De passagem pelas terras de Camocim, onde tinham intenção de se estabelecer, encontraram seca e miséria, transferindo-se para a localidade de Buraco da Tartaruga, hoje chamada Jericoacoara. A região ficava distante de qualquer ocupação.
A intenção da colonização, era a descoberta de minérios preciosos e a extração de sal. Os canais do Rio Camocim permitiam a navegação em marés altas. Os holandeses estabeleceram-se próximo aos melhores locais para a exploração salineira e com água potável em abundância
A eficiência do porto de Camocim, possibilitando a importação e exportação de mercadorias, até então feita pelo porto de Acaraú, fez surgir a idéia de conectar a cidade, por via férrea, a Sobral. Deste modo, em 15 de janeiro do ano de 1881, foi inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro de Sobral – Camocim.
O conjunto arquitetônico da Rede Ferroviária no Estado do Ceará em Camocim, reunia terminal, residência do engenheiro, galpões para entrepostos e extenso pátio para manobras. A ferrovia e o porto impulsionaram o desenvolvimento do Município, aquecendo o comércio e atraindo população. Em 17 de Agosto de 1889, pela Lei Nº. 2162 passou a categoria de cidade.