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Salvador - Pelourinho - História
Largo do Pelourinho - Foto: Reginaldo G. Martins (Licença-cc-by-sa-2.0)
Largo do Pelourinho - Foto: Reginaldo G. Martins (Licença-cc-by-sa-2.0)

É um dos principais símbolos de Salvador. Durante a época da escravidão, era o lugar onde os escravos eram castigados. A praça é cercada por várias casas antigas no mais puro estilo colonial, entre elas o casarão da Fundação Jorge Amado e igrejas como a Igreja do Rosários dos Homens Pretos e Catedral Basílica, dois grandes exemplos da arquitetura da época da colônia.

O Pelourinho é um capítulo à parte na visita a Salvador, antes ponto de prostituição, venda de drogas e violência, o local atualmente reúne restaurantes com o melhor sabor da culinária baiana, artesanato, arquitetura barroca, religião, centros culturais e o legítimo batuque do Olodum.

Na condição de primeira capital da América Portuguesa, Salvador cultivou a mão-de-obra escrava e teve os seus pelourinhos várias colunas fixadas em áreas públicas para expor e castigar criminosos. Instalados originalmente em pontos como o Terreiro de Jesus e as atuais praças Tomé de Souza e Castro Alves como símbolo de autoridade e justiça, acabou emprestando o nome ao conjunto histórico e arquitetônico do Pelourinho - parte integrante do Centro Histórico da cidade.

.A construção de igrejas, solares e sobrados no local intensificou-se no século XVII, período em que os grandes proprietários rurais manifestavam seu poderio aristocrático na arquitetura das residências. As edificações das ordens religiosas e terceiras e os sobrados suntuosos que passaram a rodear o Terreiro de Jesus no século XVIII refletiam a estratificação social da cidade. No século XIX, o comércio tomou gradativamente as antigas residências do Taboão e alastrou-se pelo Centro Histórico. Diversos profissionais liberais passaram a trabalhar e a residir na área e os aristocratas deslocaram-se então para outros pontos da cidade, contribuindo para a instalação de inúmeros prostíbulos em casas de cômodos que deterioraram-se com o tempo.

O Pelourinho também é fonte de inspiração e palco para artistas brasileiros e estrangeiros - como Caetano Veloso e Paul Simon e até mesmo Michael Jackson já gravou cenas de um clipe lá. O centro histórico de Salvador também reúne alguns do melhores restaurantes e dos bares mais movimentados da cidade.

A efervescência cultural toma conta do novo e multicolorido Pelourinho, principalmente através do projeto Pelourinho Dia & Noite, que se realiza em diversas praças e ruas do bairro. O programa leva ao público, diariamente e com entrada franca, bailes e espetáculos de música e teatro para todos os gostos.

O batuque pode, às vezes, ser substituído pelo reggae, o ritmo que tem dominado a preferência de nove a cada dez baianos, mas vale procurar. As terças-feiras são reservadas a shows e à benção (missa) que atrai vários religiosos e em seguida une-se ao profano como o ensaio do Olodum dentre outros shows , atraindo assim milhares de pessoas nas ruas e praças do Pelourinho.

Mas é no Pelourinho que Salvador reúne sua maior riqueza, revelada nos detalhes arquitetônicos, nas igrejas e nas casinhas coloridas, que se dedicam e vivem de turismo. Localizado no centro histórico de Salvador e tombado pelo patrimônio da humanidade da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), o Pelourinho é considerado atualmente um grande shopping a céu aberto por oferecer atrações artísticas, musicais e opções de bares, restaurantes, lojas de roupas, artesanatos e jóias, museus, teatros e igrejas, entre outros.

A praça XV de Novembro, mais conhecida como Terreiro de Jesus por causa da Igreja dos Jesuítas (atual Catedral Basílica), mantém características urbanas dos séculos passados. Sobrados ricamente adornados e três igrejas testemunham a época áurea em que Salvador foi capital da colônia. No centro da praça, um chafariz de origem francesa (1855), todo em ferro fundido, representa a deusa Ceres, da agricultura.

Depois de anos de abandono e deterioração, o Centro Histórico de Salvador - tombado como Patrimônio da Humanidade e pela Unesco - ressurgiu com toda sua beleza arquitetônica. Cerca de 800 casarões coloniais foram recuperados, servindo como ponto de partida para a revitalização econômica, social e cultural da área.

Sua recuperação ainda não foi concluída por estar sendo feita em etapas. Os prédios dos séculos 17 e 18 foram divididos em grupos. A maior parte dos imóveis restaurados fica no Pelourinho, Terreiro de Jesus, praça da Sé e ladeira do Carmo.

Salvador nasceu no Pelourinho

Logo que chegou aqui, Tomé de Souza tratou de cumprir as ordens do rei, fundando a cidade cujo nome homenageia Jesus Cristo - o Salvador, no melhor ponto para a construção da 'cidade fortaleza', o hoje chamado Pelourinho, local ideal de suas pretensões.

As razões que levaram a escolha do Pelourinho são bastante claras. É a parte mais alta da cidade, em frente ao porto, perto do comércio e naturalmente fortificada pela grande depressão existente que forma uma muralha, de quase noventa metros de altura, por quinze quilômetros de extensão, o que facilitaria a defesa de qualquer ameaça vinda do mar.

Em poucos anos, Tomé de Souza construiu uma série de casarões e sobrados, na parte superior dessa muralha, todas inspiradas, evidentemente, na arquitetura barroca portuguesa e erguidos com mão de obra escrava negra e indígena. Para dar maior proteção à cidade, o Governador Geral limitou o acesso a apenas quatro portões, estes totalmente destruídos durante as tentativas sem sucesso, de dominação da cidade no séc. XVII.

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