Foto: João Ramos - Bahiatursa (Licença-cc-by-sa-3.0) |
Aventura na Chapada
Na Chapada Diamantina, as opções são quase infinitas, entre os mais de 50 municípios, todos com atrativos turísticos que compensam o esforço empreendido em um trekking com altitudes geralmente acima de 1.000 m. As principais opções estão nas unidades de conservação: Parque Nacional da Chapada Diamantina e Áreas de Proteção Ambiental – APAs - de Marimbus – Iraquara e da Serra do Barbado. Lençóis, Andaraí, Mucugê e Rio de Contas centralizam os principais roteiros e dispõem dos serviços e infra-estrutura turística necessários.
Roteiro da Cachoeiras
O roteiro das cachoeiras pode ser feito em duas etapas: a primeira, uma caminhada de cerca de três quilômetros, abrange a Cachoeirinha, cachoeira da Primavera, poço Halley, Salão das Areias Coloridas e o Serrano. A segunda, outra caminhada de 3,5 quilômetros, até o Ribeirão do Meio. Para esta e qualquer outra caminhada na Chapada é necessário calçar um bom tênis, vestir roupas leves, levar água e um lanche. Nas longas caminhadas, é indispensável a contratação de um guia e o uso de agasalhos.
Cachoeira da Primavera
A cachoeira da Primavera é o primeiro da série de espetáculos que a natureza oferece. Com cerca de seis metros de altura, formada pelo riacho Grisante, um afluente do rio Lençóis, a Primavera é uma cachoeira permanente, com água gelada e forte, ótima para massagear o corpo. O local para banho é completamente tomado por pedras.
Poço Halley ou Paraíso
Em seguida, vale a pena uma descida ao poço Halley ou poço Paraíso (nome original), formado pelo rio Lençóis e situado entre um canyon. O rio desce por sobre o leito pedregoso e se espalha para o largo, formando o poço com cerca de 3 metros de largura por 10 de comprimento e profundidade máxima de 2 metros. O local é excelente para banho e mergulho, inclusive para crianças. A água é gelada e de cor acobreada - como a maioria dos rios da chapada - por causa da grande quantidade de essência de material orgânico que a correnteza traz das nascentes.
Nova subida, desta vez mais suave, e chega-se aos Salões de Areias Coloridas, formados pela erosão de rochas graníticas e conglomerados de arenito, onde artesãos recolhem variados tons de areia para encher garrafas com diversos desenhos, oferecidas aos turistas como souvenir.
Serrano
A descida é agora em busca do leito do rio Lençóis para um banho reconfortante, desta vez no Serrano. O local, de antigo garimpo, é um belvedere natural, de onde se descortina a cidade e o vale do rio São José que, mais adiante, se junta ao primeiro para desaguar no Paraguaçu. O nome Serrano originou-se dos primeiros garimpeiros da área, vindos da região serrana de Minas Gerais.
A queda d’água tem aproximadamente 15 metros de altura, dividida em várias quedas pequenas; a principal é conhecida como “sonrisal” porque cura qualquer ressaca. As rochas são de tonalidade rósea e incrustadas de seixos, lembrando painéis em mosaico. O Serrano fica a menos de um quilômetro de distância da cidade.
Ribeirão do Meio
O Ribeirão do Meio fica a 3,5 quilômetros do centro de Lençóis e a cavalgada é a opção preferida de turistas alemães, franceses e paulistas que invadem a Chapada durante as férias de julho e o Verão, como informou o vaqueiro Dezinho, que aluga os animais. Depois de meia hora de cavalgada, com direito ao perfume do alecrim do mato e o canto dos pássaros silvestres, chega-se ao rio Ribeirão. Um afluente do rio São José, que forma a escorregadeira do Ribeirão do Meio, é uma diversão para crianças de todas as idades.
O rio se espalha por um declive suave com 30 metros de extensão, onde as pessoas sentam e escorregam até um lago formado entre pedras, cuja maior profundidade fica em torno de cinco metros. O local conta com pequenos pontos de apoio para venda de água mineral, cerveja e refrigerante.
Cachoeira do Sossego
Pegando uma outra trilha à direita, antes de chegar às escorregadeiras, está a cachoeira do Sossego, a exatamente oito quilômetros da cidade - seis de caminhada em trilha e dois através do leito do rio Ribeirão. É formada por várias quedas, a mais alta com cerca de 14 metros. Uma outra cachoeira deste circuito é a do rio Mucugezinho, na margem direita de quem desce a BR-242, a 20 quilômetros de Lençóis.
O leito de pedras desalinhadas forma diversas cachoeiras e saltos, o maior o poço do Diabo com um trampolim de 22 metros de altura e, em seguida, um belíssimo canyon. No final da tarde, de volta a Lençóis, uma deliciosa opção é almoçar uma galinha caipira ao molho pardo, especialidade de alguns restaurantes locais. É preciso encomendar com antecedência o almoço.
Gruta da Pratinha
A primeira gruta é a da Pratinha, no município de Iraquara, a 76 quilômetros de Lençóis, pela BR-242. O local dispõe de uma pequena infra-estrutura de apoio com bar, restaurante e sanitários. Para visitar a gruta da Pratinha e a gruta Azul, que ficam em propriedade particular, paga-se uma taxa de manutenção.
Trata-se de uma gruta escavada pelo rio Pratinha, quando este deixa de ser subterrâneo e aflora à superfície. A gruta tem características das regiões calcárias, possui um tom azulado e águas cristalinas que emprestam uma beleza especial. A cavidade da gruta chega a 80 metros e o leito é coberto por micro búzios, semelhantes à areia fina. Na boca da gruta há uma vegetação típica de caatinga, com palmas que descem até quase chegar à água. Fora da gruta é permitido o banho de rio, também de águas cristalinas, onde é costume mergulhar com óculos apropriados para ver a deslumbrante fauna e a flora subaquática.
Gruta Azul
Com um belíssimo visual, esta gruta se comunica com a Pratinha por um canal de água subterrâneo, que tem despertado o interesse de equipes de pesquisadores e jornalistas especializados. É uma aventura perigosa e não recomendada a leigos. A próxima gruta, nove quilômetros adiante, e em sentido contrário, é a Lapa Doce. Com aproximadamente três quilômetros de extensão, ela encanta por suas formações de estalactites e estalagmites.
Morro do Pai Inácio
Depois de tantas descidas ao subsolo, no final do dia chega-se pertinho do céu, escalando os 400 metros de trilha que liga o fim do asfalto ao topo do morro do Pai Inácio. Do alto deste mirante natural, tem-se uma visão de 360 graus da paisagem, que torna-se ainda mais encantadora ao sol poente. O perfil das serras verde-azuladas se confunde com nuvens douradas, o vento é muito frio e completa a sensação de estar no topo do mundo.
Cachoeira da Fumaça
Dependendo da época, o riacho da Larguinha, que forma a Cachoeira, tem mais ou menos água, o que provoca o efeito “fumaça” com a queda d’água a uma altura de 420 metros a 1.490 metros de altitude. Ao invés de descer, a água da cachoeira sobe, levada pelo vento, formando um espetáculo de cores e formas.
A velocidade e força do vento são tantas que, para chegar até à ponta do penhasco, é preciso engatinhar. Outra maneira de chegar até esta cachoeira é por baixo, através de uma trilha de aproximadamente 27 km, a partir de Lençóis. A caminhada dura três dias e os ecologicamente corretos acampam em tocas e abrigos dentro do canyon.
Morro do Camelo
Localizado ao norte da Chapada, ao lado do Morro do Pai Inácio.
Aventuras
A cada dia surgem novas opções de passeios na Chapada. As trilhas sugerem longas caminhadas tipo trekking, byke, cavalgadas e, mais recentemente, a moda é o off-road e o rapel. A cavalo, há pelo menos seis tipos de roteiros que duram entre um e cinco dias. Entre os mais requisitados estão a trilha para Andaraí, passando pelo Ribeirão de Baixo, rio e cachoeira da Capivara, rio Roncador e cachoeira do Garapa, num percurso total de 36 km, a cavalgada pelo rio Santo Antonio, passeando de barco pelos marimbus (espécie de mini pantanal), a gruta do Lapão e, o mais procurado pelo turistas alemães, Lençóis/Andaraí através do vale do Pati e vale do Capão, com duração média de cinco dias.
Os cavalos podem ser alugados no Hotel Fazenda do Parque e os mesmos percursos podem ser feitos em veículos de tração do tipo off-road.