Burrinha - Foto: Prefeitura de Santo Amaro |
A burrinha consiste em um indivíduo mascarado, que possui na cinta um balaio bem aconticionado, de modo a simular um individuo, cavalgando num animal. Consiste em um indivíduo mascarado, fantasiado de burrinho, que traz na cabeça folhas de flandres. A música se compõe de viola, ganzá e pandeiro. O divertimento assemelhava-se aos ternos; a diferença estava, apenas, na presença da burrinha dançando, e nas chulas. O rancho da burrinha, que tirava “reis” no dia 6 de janeiro, convergiu, em outras regiões, para o bumba-meu-boi, onde aparece, dançando, ao som das cantigas.
Participa, igualmente, do folclore, no carnaval de rua, a interessante figura da burrinha, personagem desgarrada, com certeza, de algum auto popular do bumba-meu-boi. De fato, essa burrinha saltitante e brejeira, deve de ser parente do cavalo-marinho, que figura em qualquer destes velhos folguedos do boi: o bumba-meu-boi do Nordeste, o boi de mamão de Santa Catarina, ou o rei de boi capixaba, de São Mateus e Conceição da Barra.
A burrinha carnavalesca é preparada pelo mesmo processo por que se faz o cavalo-marinho: a cabeça é de pau ou papelão grosso, e representa a cara do animal, com orelhas e crina, os olhos, as ventas e a boca pintada etc. A armação do corpo é, em regra, de madeira, forrada com panos vistosos e compridos; na parte traseira — o rabicho.
O cavaleiro 'veste' essa armação, e, puxando as rédeas presas à boca do 'bicho', movimenta-o, à vontade, em trotes ou galopes, com os próprios pés a fingirem de pata, e mal aparecendo sob a cobertura de pano. Está-se a ver que, nestas condições, a burrinha tem apenas dois pés. Às vezes, para melhor dar a impressão da montaria, cosem-se-lhe duas pernas recheadas de pano, uma de cada lado do 'selim', fingindo pernas e botas do 'peão'.
Onde assistir: Cruz das Almas, Itaparica, Maragogipe, Prado e Jiquiriçá.