Afoxé Filhos da Gandhy - Foto/Reprodução: Eduardo Freire (G1) |
Em 1895 , os negros nagôs organizaram o primeiro afoxé, denominado 'Embaixada Africana', que desfilou com roupas e objetos de adorno importados da África. No ano seguinte, surgiu, então, o segundo afoxé, o 'Pândegos da África', organizado também por negros. Os grupos representavam casas de culto de herança africana e saíam às ruas cantando e recitando seqüências de músicas e letras.
Os afoxés exibiam-se na Baixa dos Sapateiros, Taboão, Barroquinha e Pelourinho, enquanto os grandes clubes desfilavam em áreas mais nobres. Nove anos mais tarde, um outro afoxé rompeu este tácito compromisso e subiu a Barroquinha e a Ladeira de São Bento, gerando protestos em que se lastimou a quebra deste pacto não escrito da divisão espacial de classes e de ritmos no Carnaval. Neste momento, verificava-se na cidade uma divisão espacial muito séria.
Dissidentes do Cruz Vermelha, fundaram, em 1900, o Clube Carnavalesco 'Os Inocentes em Progresso'. O nome do clube foi inspirado em um bando de meninos que passavam no local cantando e tocando em latas. Em 1949, ano do IV Centenário de fundação da cidade de Salvador, é fundado o afoxé Filhos de Gandhy pelos estivadores do Porto de Salvador, como forma de homenagear o grande líder pacifista indiano assassinado em 1948, o Mahatma Gandhy.