O Ministério do Turismo (MTur) anunciou a prorrogação do prazo para o envio de informações sobre o afroturismo brasileiro até o dia 12 de março. A iniciativa faz parte de um projeto colaborativo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), com o intuito de consolidar, em uma plataforma única, a diversidade de ofertas relacionadas ao Afroturismo no Brasil.
Este mapeamento abrangente incluirá rotas turísticas, destinos, produtos, experiências e eventos realizados ou organizados por afroempreendedores de todas as regiões do país, tanto em áreas urbanas quanto rurais. A coleta de dados será realizada por meio de um formulário online, destinado a profissionais que atuam no setor, permitindo um levantamento detalhado da atuação do afroturismo no Brasil.
Os dados obtidos a partir desse levantamento formarão a base de um diagnóstico preciso, essencial para a criação de políticas públicas e ações estratégicas que visem fortalecer o afroturismo no Brasil. Essa iniciativa está inserida no contexto do “Programa Rotas Negras”, promovido pelo Governo Federal, que busca implementar estratégias no nível federal, estadual e municipal, além de fomentar parcerias com a sociedade civil e a iniciativa privada para o crescimento desse setor.
O mapeamento também será fundamental para ampliar o conhecimento do público sobre os espaços dedicados ao Afroturismo dentro dos órgãos oficiais de turismo de cada estado, que são cadastrados no Mapa Nacional do Turismo. Portanto, a participação de todos é essencial para garantir que as informações sejam enviadas até a data limite de 12 de março. Para contribuir, basta acessar o formulário disponível AQUI.
Além de apoiar a preservação da memória e da cultura negra, o afroturismo tem o potencial de fortalecer a inclusão social e gerar oportunidades econômicas nas comunidades afro-brasileiras. As atividades turísticas, que ressaltam a história, as tradições e as lutas das populações negras, têm se consolidado como uma ferramenta poderosa de valorização e empoderamento. Ao investir nesse segmento, o Brasil não só promove a diversidade cultural, mas também amplia o reconhecimento internacional das contribuições das comunidades negras para a formação da identidade nacional.
Essa iniciativa também pode atuar como um mecanismo para combater as desigualdades estruturais que ainda afetam as comunidades negras no Brasil. A promoção de destinos e experiências que envolvem a cultura afro-brasileira permite que o turismo seja um vetor de transformação social, impulsionando a educação, a geração de renda e o reconhecimento de figuras históricas e culturais que, muitas vezes, são marginalizadas. O apoio institucional a essas iniciativas contribui para que o turismo se torne uma ferramenta de justiça social, reforçando o protagonismo e a visibilidade das populações negras no Brasil.
Outro aspecto importante é a interconexão do afroturismo com o turismo sustentável, uma vez que muitas das experiências e rotas mapeadas envolvem práticas que respeitam o meio ambiente e os saberes tradicionais das comunidades locais. Em áreas rurais, por exemplo, é possível observar iniciativas que buscam conciliar a preservação ambiental com o fortalecimento do turismo cultural, o que contribui tanto para o bem-estar das populações quanto para a conservação dos recursos naturais. Portanto, o afroturismo não é apenas uma forma de valorizar a cultura negra, mas também um caminho para um turismo mais responsável e consciente.