Sabores do Brasil - Doce e doces

Da cocada ao brigadeiro: o Brasil pelo paladar doce

O sabor do brasileiro é algo que ninguém explica. Ser completamente apaixonado pelo tempero e criar, à sua maneira, tantos sabores de doces e salgados é uma experiência única. Uma das queixas mais comuns quando se está fora do país é justamente a ausência do tempero e até dos doces, que encontramos, em muitos casos, só em território nacional.

Paçoca, pé-de-moleque, goiabada cascão, brigadeiro e até o doce de leite: tudo isso é fruto de uma rica história de paladar nacional. Mas, mais do que apreciar os doces mais populares, é essencial entender sua história e por que chegamos neste prato em especial.

Para resgatar a tradição, separamos alguns doces populares em todo o território nacional e a sua história.

Cocada

Sendo branca ou preta, com ou sem doce de leite, a cocada é um dos doces mais saborosos do nosso cardápio. Segundo a história, trata-se de um doce que veio trazido pelos escravos africanos e que, na época, era feito da união de açúcar mascavo com o coco ralado.

O doce da época era cozido até que os itens se misturassem, dando uma leve caramelizada. Com o tempo, a receita foi passando por modificações e atualizações, ganhando sabores, frutas e até leite condensado.

Hoje em dia, tem a cocada tradicional e a de corte. Isso sem falar nas cocadas de sabores, como maracujá, doce de abóbora, castanha ou amendoim.

Brigadeiro

Presença obrigatória em qualquer festa de aniversário que se preze, o brigadeiro ganhou este nome após a campanha à Presidência da República feita pelo candidato Brigadeiro Eduardo Gomes, em 1946.

Segundo se especula, um grupo de mulheres o teria homenageado, fazendo o doce e colocando seu nome para validar sua estratégia de campanha.

O doce deu tão certo que as pessoas passaram a procurar o “docinho do brigadeiro” na época. Com o passar do tempo, o doce ficou apenas com o nome brigadeiro mesmo, mas conquistou espaço eterno nos corações dos brasileiros.

Pé-de-moleque (doce)

Esse doce nasceu no período colonial e uma das principais teorias é que seu nome veio da junção de um termo da época. Ocorre que as quituteiras que vendiam o doce de amendoim caramelado tinham suas barracas furtadas pelos meninos da região e, então, gritavam: “Pede, moleque”. Assim, com o passar do tempo, ele ficou conhecido como pé-de-moleque, por ser o doce que os meninos roubavam das doceiras.

Tradicionalmente feito com rapadura, água e amendoim, é um doce que não pode faltar em várias quitandas e, principalmente, durante o período de festa junina. Há até uma cidade que ficou conhecida como a “Capital Nacional do Pé-de-moleque”, que é Piranguinho, no sul de Minas Gerais.

Coxinha

São inúmeras as histórias que cercam a famosa coxinha. Contudo, a primeira receita oficial do salgado veio da cidade de Limeira, no interior de São Paulo, e foi feita pela cozinheira da casa de fazenda da Princesa Isabel e seu esposo, Conde d’Eu.

Conforme se conta, os filhos do casal somente comiam coxas de frango. Um dia, percebendo que não tinham coxas de frango para o almoço, a cozinheira da casa teve uma ideia: desfiar o frango que tinha numa massa de batata em formato de coxinha.

A partir daí, é só história. A iguaria caiu no gosto do brasileiro e hoje há, inclusive, bares que são especializados no preparo da coxinha e a fazem em diversos sabores, além do tradicional frango.

Pão de queijo

Nascida no século XVIII, em Minas Gerais, a iguaria hoje conquistou todos os estados brasileiros. Durante o período da escravidão, era comum que os escravos da casa grande servissem aos senhores do engenho o café da tarde. Como a farinha da época não era de tão boa qualidade, em alguns casos, as escravas acabavam substituindo a farinha por polvilho e acrescentavam queijo à massa.

Assados no fogão à lenha e servidos bem quentinhos, ganharam o coração dos mineiros e estes passaram a ser vistos como especialistas das receitas. Puro ou consumido com requeijão ou doce de goiaba, ele é até hoje um dos pratos mais brasileiros que existem.

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