Palacio Cibeles (Sede da Prefeitura) - Foto: Carlos Delgado (Licença-cc-by-sa) |
A história de Madrid (Espanha) foi marcada pela presença humana desde a pré-história, mas só a partir do século IX começou a ter alguma importância, tudo devido ao emir Maomé I de Córdova (r. 852–886), que nessa época aí instalou um palácio que fomentou o crescimento de uma povoação. A conquista, colonização e pacificação romana da península Ibérica durou quase duzentos anos; desde a Segunda Guerra Púnica até ao ano de 27 a.C., no qual se completou o processo de paz no norte do território, dividindo então a península em três províncias. A região de Madrid situava-se na Hispânia Tarraconense. Neste período, Madrid era apenas uma pequena localidade rural na qual se cruzavam estradas e com uma paisagem natural excepcional. Tem-se discutido recentemente a possibilidade de existência de uma antiga basílica visigoda perto da igreja de Santa Maria da Almudena, mas ainda nada foi confirmado.
O primeiro relato histórico da existência de uma povoação na região de Madrid data da época muçulmana. Na segunda metade do século IX, o emir de Córdova, Maomé I de Córdova (852 - 886) mandou construir um forte numa elevação junto ao rio (lugar ocupado actualmente pelo Palácio Real) com o propósito de vigiar a serra de Guadarrama e ser o ponto de partida de ataques contra os reinos cristãos do norte. Junto do forte, para sul, situava-se o povoado; chamava-se Mayrīt (Magerit em português). Deste período, foram descobertos em escavações arqueológicas levadas a cabo na cidade a partir de 1975, alguns restos da muralha árabe. Em Madrid nasceu no século X Maslama al-Majriti, chamado o 'Euclides andalusi', notável astrónomo e fundador da Escola Matemática de Córdova.
A taifa de Toledo caiu nas mãos de Afonso VI de Leão e Castela sem oferecer resistência a 25 de Maio de 1085. Madrid e os seus arredores ficaram integrados no reino de Castela. Mudaram os muçulmanos, que habitavam na cidade, para os arrabaldes (bairros periféricos) que estavam ocupados na era árabe por moçárabes. Durante o século seguinte, Madrid recebe várias ofensivas árabes: os almorávidas, que incendiaram a cidade em 1109, e o Califado Almóada mais tarde em 1197. A vitória cristã da Batalha de Navas de Tolosa acaba em definitivo com a influência muçulmana no centro da península.
Sucederam-se nesta época dois acontecimentos que se revelaram extremamente importantes e que marcaram profundamente a religião cristã da cidade: a descoberta de uma imagem da Virgem de Almudena e a vida 'milagrosa' de Isidro Labrador, que mais tarde viria a ser canonizado. Madrid crescia prosperamente e recebeu, em 1123, o título de vila; passou rapidamente a concelho e depois tornou-se no centro da comunidad de villa y tierra de Madrid. Em 1152, o rei Afonso VII estableceu os limites da comunidad de villa y tierra de Madrid, entre os rios Guadarrama e Jarama. Em 1188, uma representação madrilenha participa pela primeira vez nas Cortes de Castela. Em 1202, Afonso VIII concede o primeiro foral municipal à vila de Madrid, que servia para regular o seu funcionamento; as competências atribuídas foram ampliadas em 1222 por Fernando III. O governo de Madrid ficou, até 1346, a cargo dos seus habitantes num sistema de concelho aberto; o rei Afonso XI implantou nessa altura um novo regime na vila, no qual só os representantes da oligarquia local, os regedores, governavam.
As eleições municipais de 12 de Abril de 1931 deram um grande triunfo aos republicano-socialistas em Madrid; obteveram 69,2% dos votos (88.758 votos). O republicano Pedro Rico foi eleito alcaide. O triunfo republicano em Madrid e na maioria das capitais de província acabou com a monarquia dando início à Segunda República Espanhola, apenas dois dias após as eleições. O comité republicano assumiu o poder no dia 14 à tarde, proclamando a República na sede do Ministério da Governação, perante uma multidão eufórica. A Constituição da República promulgada em 1931 foi a primeira que legislou que a capital do Estado era Madrid. Em 1936 estalou a guerra civil. A resistência das milícias, militarizadas sob a forma de Exército Popular em 1937, eram dirigidas pela Junta de Defensa de Madrid, e conseguiram atrasar a ofensiva durante a batalla de Madrid nos bairros do oeste da cidade. Esta ocupação de Madrid pelas tropas de Franco gerou uma especulação, posteriormente não confirmada, de que a capital seria mudada para Burgos como castigo à resistência militar. A cidade não voltaria a sofrer mais assaltos por terra durante a guerra, mas foi castigada por fogo artilheiro e bombardeamentos aéreos, os primeiros na História sobre uma capital. O final da guerra foi especialmente caótico em Madrid devido a confrontos violentos entre republicanos.
Terminada a guerra, a cidade continuou a crescer espacialmente. Centenas de milhares de espanhóis mudam-se do campo para a capital. Madrid, em conjunto com Barcelona e Bilbao, é uma das cidades que mais beneficiou com estes movimentos populacionais. A partir de 5 de Junho de 1948, começa o processo de anexação a Madrid de treze municípios nos arredores; este processo acabou a 31 de Julho de 1954, juntado a Madrid os municípios de Aravaca, Barajas, Canillas, Canillejas, Chamartín de la Rosa, Fuencarral, Hortaleza, El Pardo, Vallecas, Vicálvaro, Villaverde, Alto Carabanchel e Baixo Carabanchel. A área da cidade passou de 66 km² para 607 km² e aumentou a sua população com 300 mil novos habitantes desses municípios.
Depois da morte de Franco, Madrid foi um dos principais palcos durante o período de transição. Os primeiros meses do ano de 1977 destacaram-se pela agitação política e social, com manifestações e contramanifestações violentas com vítimas mortais. Outros graves incidentes foram dois sequestro da GRAPO e ainda a episódio da Matança de Atocha de 1977, levados a cabo por elementos da extrema direita. Com a consolidação do regime democrático, a constituição de 1978 confirma o estatuto de capital de Madrid, agora na Espanha democrática.
A 11 de Março de 2004 a cidade sofreu uma série de atentados com mochilas bomba em quatro comboios da rede Cercanías de Madrid. Os atentados, os maiores sofridos em Espanha e na União Europeia, levaram a vida a 191 pessoas e deixou mais de 1900 feridas. Três anos após esse triste episódio os reis de Espanha inauguram na praça Carlos V um monumento comemorativo dedicado às vítimas do atentado.
Fonte: Wikipédia