Praça Concordia - Foto: Turelio Die (Licenca-cc-by-sa-3.0) |
A história de Barcelona estende-se ao longo de mais de 4000 anos, desde finais do período neolítico, com os primeiros restos encontrados no território da cidade, até à época actual. A zona de Barcelona foi habitada por povos iberos (laietanos), cartagineses, romanos, judeus, visigodos, muçulmanos e cristãos. Apesar dos vestígios de povoados iberos e cartagineses, o verdadeiro nascimento da cidade produziu-se na época romana. Esse povoado foi evoluindo até se converter num dos principais portos do mar Mediterrâneo ocidental, alcançando na Idade Média a primazia sobre o resto dos condados catalães e convertendo-se na capital da Coroa de Aragão. Após a união de Castela e Aragão, e pese ter deixado de ser capital de um estado independente, Barcelona sempre gozou de uma posição de grande relevância no desenvolvimento político, social e económico do estado espanhol. Mais recentemente, acontecimentos como os Jogos Olímpicos de 1992 e o Forum Universal das Culturas colocaram Barcelona como uma cidade mundialmente reconhecida e celebrada, importante foco turístico e cultural, bem como centro financeiro e de congressos de reconhecido prestígio.
As origens da cidade de Barcelona são confusas. Antes da conquista romana da península Ibérica, a zona de Barcelona e territórios próximos conserva restos de finais do Neolítico e princípios do Calcolítico. Posteriormente desenvolveu-se a cultura dos laietanos, um povo ibero. Sabe-se da existência de duas povoações próximas, Barceno, situada sobre o monte Táber (Ciutat Vella) e Laie (ou Laiesken), cuja localização se crê ter sido nas encostas da montanha de Montjuïc (séculos III e II a.C.), com certa actividade comercial. É provável também que tenha havido um pequeno povoado grego, de nome Καλλίπολις (Calípolis, “cidade bela”) embora não seja clara a sua localização. Encontraram-se dois locais de cunhagem de moeda desse período. Entre os séculos III e II a.C. circularam dracmas ao estilo de Ampúrias, com a inscrição ibera Barceno. Laiesken cunhou também moedas que prevaleceram durante o primeiro período romano.
Durante a Segunda Guerra Púnica (218-202 a.C.), Cartago, liderado por Aníbal Barca, ocupou a povoação no decurso da sua marcha até aos Pirenéus, tendo passado o rio Ebro, que era até então o limite do domínio cartaginês. Em muitos casos, esta ocupação (218 a.C.) é assinalada como a data de fundação da cidade. Entre 218 e o século I a.C. a informação sobre Barcelona é escassa. Quando a República Romana decidiu entrar na península Ibérica para se contrapor ao poder dos cartagineses, acabou por se tornar uma conquista territorial que duraria até 19 a.C., ano em que Augusto daria por concluído o controlo da península. O prolongamento desta conquista deveu-se à forte resistência que exibiram os povos do interior e do norte (Guerras Cantábricas). As cidades já dominadas do noroeste peninsular serviram de base para levar a caboesta empresa. Barcino beneficiou discretamente destes feitos sob a superioridade de outras cidades como Tarraco (Tarragona) ou César Augusta (Saragoça).
Durante o controlo de Roma por Augusto (r. 27 a.C. - 14 d.C.), que converteu os seus domínios em império, formalizou-se o nome de Barcino (entre 15 e 10 a.C.), forma reduzida da oficial 'Colônia Favência Júlia Augusta Pia Barcino' (Colonia Faventia Iulia Augusta Pia Barcino), ou, por extenso, 'Colônia Júlia Augusta Favência Paterna Barcino' (Colonia Iulia Augusta Faventia Paterna Barcino; Inscr. ap. Gruter, p. 426, nos. 5, 6).[3] É com o nome de Barcino que surge no célebre mapa-múndi de Ptolomeu. A menção de Colônia faz referência a uma cidade fundada para distribuir terras entre os soldados romanos retirados do exército, neste caso após as Guerras Cantábricas. Era também conhecida na forma reduzida como Colônia Favência (Plínio, o Velho, iii. 3. s. 4). O geógrafo romano Pompônio Mela (ii. 6) faz referência à povoação – entre outros pequenos povoados da zona – sob a sombra de Tarraco. O papel estratégico de Barcino, ponto de chegada dos grandes eixos do norte (ramal da Via Augusta) e mediterrânico, conferiu à cidade desde muito cedo um activo desenvolvimento comercial e económico (Avieno, Or. Mar. 520: Et Barcilonum amoena sedes ditium). Desde cedo também desfrutou de isenção de impostos.
Fonte: Wikipédia