Vista aérea da Praça Taksim - Foto: Bertil Videt (Licença-cc-by-sa-3.0) |
Istambul é uma cidade situada na encruzilhada de dois continentes, capital do Império Romano do Oriente, de Bizâncio, capital do Império Otomano, e ponte entre duas culturas. Na história desta cidade se entrecruzam as civilizações e religiões e misturam-se feitos muito diversos que mostram a importância deste enclave urbano ao longo da história. Pela ciência há restos verdadeiros de povoamento tão antigos como o homem em ambas as orlas do estreito do Bósforo. Ademais, à encruzilhada vem-se a somar o chamado Corno de Ouro, uma enseada, magnífico porto natural, entrada de água na parte europeia desde o Bósforo, que deixa uma península dominando o acesso a aquele desde o Mar de Mármara o pôr sul. De facto, no lugar existia desde o século XIII a.C. um assentamento trácio, Ligos.
Essa excelente situação não foi aproveitada pelos colonos de Mégara ao fundar sua primeira colónia, Calcedônia, na orla contrária. Mas no 667 a.C. seu rei Bizas não duvidou em fundar Bizâncio no cume do extremo da península. Rodeada de uma muralha de um quilómetro, vinha a coincidir em extensão aproximadamente com a do atual Palácio de Topkapı. Dominando a cidade, a tradicional acrópole com os templos, sendo Hera a deusa tutelar, e sob o porto, na entrada recolhida do Corno de Ouro. O enclave converteu-se cedo em um posto comercial estratégico e a cujo objecto ambicionado por qualquer que fosse a potência dominante da região durante os seguintes seis séculos: persas, atenienses, espartanos, jônios, macedônios, gálatas e trácios disputaram o lugar.
Os romanos colocaram a cidade no seu império a partir do século I a.C. e voltou a florescer no tempo dos antoninos (século II d.C.). No entanto, no ano 196 a cidade com suas muralhas foi destruída por Septímio Severo em represália por dar refúgio aos partidários de seu rival. Em 324, a guerra civil entre Licínio e Constantino arrematou com a derrota do primeiro na Batalha de Crisópolis e uma nova destruição das muralhas da cidade. Constantino I, o Grande investiu-se como único imperador e se veio na necessidade de resituar a capitalidade do Império (Roma estava bem longe de oriente, montão de epidemias e intrigas). Bizancio era a melhor localização. Por outra parte, é preciso ter em conta que desde o Edicto de Milão em 313, o cristianismo era religião oficial no império.
O plano da nova cidade (330 d.C.), que chamou Nova Roma, sobrepunha-se à de Septímio Severo em seu centro representativo, o final do Hipódromo, um grande fórum, o Augusteu, no lugar do Tetrastoon; e unindo ambos espaços públicos o Grande Pazo Imperial, com sua porta ceremonial (Chalke) para o fórum e o palco real (Kathisma) ao hipódromo. Ao norte do Augusteu, entre este e os templos pagãos da antiga acrópole mandou construir as primeiras igrejas (primitivas Santa Irene e Santa Sofia o pões seu sucessor Constantino II, 360).
Fonte: Wikipédia