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Quando os portugueses chegaram à região onde hoje se localiza a cidade de Luanda, esta era parte integrante do reino do Ndongo, vassalo do reino do Kongo, e era especialmente importante por ser uma zona produtora de zimbo, uma pequena concha com valor fiduciário. Respondendo a um pedido de envio de missionários feito aos portugueses pelo rei Ndambi a Ngola do Ndongo em 1557, no dia 22 de dezembro de 1559 zarparam de Lisboa três navios com um emissário do rei de Portugal, Paulo Dias de Novais, e dois padres jesuítas, Francisco de Gouveia e Agostinho de Lacerda. Chegados à barra do Kwanza no dia 3 de Maio de 1560, a missão portuguesa foi recebida com hostilidade e desconfiança pelo novo rei do Ndongo, Ngola Kiluanje kia Ndambi, que os encarou como agentes do rei do Kongo, mandando-os aprisionar. Mais tarde, com a promessa de conseguir apoio diplomático e militar português, Paulo Dias de Novais teve permissão para regressar a Portugal.
Na sua segunda viagem a esta região, Paulo Dias de Novais partiu de Lisboa no dia 23 de setembro de 1574, acompanhado por mais dois padres da Companhia de Jesus, tendo chegado à Ilha de Luanda em fevereiro de 1575, aportando com dois galeões, duas caravelas, dois patachos e uma galeota. Aí estabeleceu o primeiro núcleo de colonos portugueses: cerca de 700 pessoas, onde se encontravam religiosos, mercadores e funcionários, bem como 350 homens de armas. A Ngola Kiluanje kia Ndambi tinha entretanto sucedido Njinga Ngola Kilombo kia Kasenda, discípulo do padre Francisco de Gouveia que, na sua estadia forçada de dezena e meia de anos, tinha aproveitado para fazer a sua acção evangelizadora entre os angolanos. No dia 29 de junho de 1575, Paulo Dias de Novais recebeu uma comitiva enviada pelo ngola para o saudar.
Reconhecendo não ser a ilha de Luanda o lugar mais adequado, avançou para terra firme e fundou a vila de São Paulo de Loanda em 25 de janeiro de 1576, tendo lançado a primeira pedra para a edificação da igreja dedicada a São Sebastião — santo de grande devoção dos portugueses e patrono onomástico do rei de Portugal —, no lugar onde é hoje o Museu das Forças Armadas. A escolha do novo local para a vila foi influenciada sobremaneira pela existência de um magnífico porto natural, situado numa baía protegida por uma ilha; de uma fonte de água potável, as águas do poço da Maianga na (então) lagoa dos Elefantes; e das excelentes condições de defesa oferecidas pelo morro de São Paulo.
Após a reconquista do lugar aos holandeses designado por morro de São Miguel, após a dedicação do forte que aí existe a São Miguel, santo da devoção de Salvador Correia de Sá. A sua população constituída pela comitiva de Paulo Dias de Novais, composta por sapateiros, alfaiates, pedreiros, cabouqueiros, taipeiros, um físico e um barbeiro, tiveram dificuldades de adaptação à inclemência do clima e à carência de condições para a fixação[9]. No entanto, a vila expandiu-se para a 'Cidade Alta', na continuação do morro de São Paulo, onde se construíram as instalações para a administração civil e religiosa. Os soldados e os mercadores de escravos viviam na 'Cidade Baixa', na área actual dos Coqueiros.
Fonte: Wikipédia