Crescimento de Brasília - Foto: Alex Pinhol |
Entrementes, a cidade começava a desenvolver uma economia própria. Em 1960 havia registrados 2.160 estabelecimentos comerciais, 684 de prestação de serviços e 349 indústrias. Na metade da década, quando o Plano Piloto contava com quase noventa mil habitantes, e mais cerca de 130 mil nas cidades-satélite, já se produziam pequenas quantidades de abacaxi, amendoim, arroz, banana, batata-doce, batata, milho, tomate, laranja e outros produtos, destacando-se de longe a mandioca com 13,5 mil toneladas.
Os rebanhos somavam cerca de 26 mil cabeças entre bovinos, suínos, equinos e ovinos. Possuía quase cinquenta agências bancárias, com um saldo em caixa de mais de dez milhões de cruzeiros, e um giro comercial de 75 milhões. As redes ferroviária e rodoviárias estavam bem estabelecidas em função das obras de construção, mas cerca de metade das rodovias não tinham pavimentação. O aeroporto registrava cinco mil pousos.
Além dos jornais oficiais do governo, existia um independente, o Correio Brasiliense. Várias emissoras de rádio estavam operando, três de televisão, quinze agências postais e quase quinze mil telefones instalados. Contava com oito hospitais, num total de 527 leitos, assistidos por 303 médicos, 146 enfermeiras e 115 auxiliares de saúde. A água encanada estava amplamente disponível no Plano Piloto, com uma rede de esgotos de mais de 380 km de extensão.
Ao longo dos anos 1960 a existência de Brasília estimulou a ocupação do Centro-Oeste, construindo-se mais estradas, desenvolvendo-se a agricultura e surgindo outras cidades na região, um processo que continua nos dias de hoje. Enquanto que isso contribuiu para a integração regional, tornou necessário o desmatamento de vastas áreas, com significativo prejuízo para o meio ambiente. A cobertura de cerrado na região do Distrito Federal foi reduzida, entre 1954 e 1973, em cerca de 7%, e as matas perderam 4% de área. As várias barragens construídas para abastecimento de água e a ocupação agrícola foram parte importante nessa transformação da paisagem. As cidades-satélite também cresceram e se densificaram, especialmente Gama, Taguatinga e Sobradinho.
O ritmo de crescimento populacional na primeira década foi de 14,4% ao ano, com um aumento populacional de 285%. Na década de 1970 o crescimento médio anual foi de 8,1%, com um incremento total de 115,52%. A população total de Brasília, que não deveria ultrapassar 500 mil habitantes em 2000, atingiu esta cota no início da década de 1970, e entre 1980 e 1991 a população expandiu em mais 36,06%. O Plano Piloto, que na inauguração concentrava 48% da população do Distrito Federal, gradativamente perdeu importância relativa, chegando a 13,26% em 1991, passando o predomínio para as cidades-satélite.[61] Em 2000 o IBGE indicou 2.051.146 habitantes.